segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Autarquias

Santarém: Moita Flores apresenta projecto para novo cemitério com crematório
O presidente da Câmara de Santarém apresentou hoje o projecto para o futuro cemitério da cidade, que terá um forno crematório para servir a região, complementar a capacidade de Lisboa e cujo concurso disse esperar lançar em breve. Francisco Moita Flores apresentou durante a reunião do executivo municipal de hoje um projecto cuja concessão afirmou resultar em muito da sua experiência de “uma vida dedicada à identificação de mortos” e que procura conciliar a tradição “romântica” dos cemitérios portugueses ao que de mais moderno existe na Europa.
“Quero deixar uma obra que dê o cunho da modernidade que apreendi”, disse, tendo sublinhado, em declarações à agência Lusa, que deixa nesta obra o seu “ferrete”, resultado do estudo de cemitérios em todo o Mundo.
Segundo o autarca, o projecto da autarquia vai ser posto a concurso público, em breve, para entrega do crematório a uma empresa da área, que, além da construção e da gestão dessa parte, fará toda a estrutura do cemitério, ficando a autarquia responsável pela gestão dos enterramentos.
O cemitério ocupará numa primeira fase uma área de seis a sete hectares, podendo ir até aos 14 hectares, explicando Moita Flores que a ocupação irá sendo feita de forma gradual.
“Está preparado para os próximos 90 a 100 anos”, afirmou, adiantando esperar ter o novo cemitério concluído no verão de 2012.
Moita Flores disse que o novo cemitério, a localizar na zona da Portela das Padeiras, conciliará os tradicionais enterramentos individuais e a existência de jazigos familiares com a possibilidade de cremação.
As cinzas poderão ser colocadas num jardim de árvores frondosas, ser depositadas em nichos, ou, o que classificou como uma novidade em Portugal, serem “sepultadas” num espaço que simula o enterramento individual.
“Seremos pioneiros em Portugal no sepultamento individual das cinzas”, afirmou.
Além de zona de estacionamento, o espaço terá uma igreja principal, com capacidade para acolher 300 pessoas, sala de preparação dos cadáveres, duas câmaras ardentes, com antecâmara, uma zona de cafetaria, bar e de repouso, a zona de cremação e uma zona comercial, para venda de artigos relacionados, como flores, mármores, depósitos de cinzas.
Segundo o autarca, o cemitério manterá a configuração “romântica” dos cemitérios portugueses, com praças, ruas, locais de culto e reflexão (numa analogia à “cidade dos vivos”), recuperando alguma da flora que se foi perdendo, como os chorões e os ciprestes.
As grandes avenidas serão reservadas aos jazigos e, com o tempo, à colocação de estátuas de “grandes homens”, disse à Lusa.
Moita Flores acrescentou que o novo cemitério será construído respeitando um espírito ecuménico.
O projecto inclui a construção de quatro capelas funerárias junto à actual igreja de S. Pedro, situada a meio caminho entre o hospital de Santarém e o novo cemitério, de forma a libertar a zona nobre das Portas do Sol, onde actualmente se realizam os velórios.
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