terça-feira, 25 de outubro de 2011

Política

Presidente da Câmara do Cartaxo renuncia ao mandato
O presidente da Câmara municipal do Cartaxo, Paulo Caldas, anunciou hoje a sua renúncia ao mandato, sendo substituído pelo vice-presidente, Paulo Varanda.
Paulo Caldas disse à Agência Lusa que, ao fim de 12 anos “ao serviço do concelho”, sente que tem a “missão cumprida”, regressando ao seu lugar como economista na Direcção Internacional do Banif.
 “Há projectos em mente, é um novo ciclo na vida pessoal e profissional”, afirmou, sublinhando que irá igualmente concluir o seu doutoramento em gestão.
Paulo Caldas afirmou que a passagem da pasta a Paulo Varanda, 34 anos, segue o histórico de “mudanças tranquilas” no município, frisando que a transição foi planeada e preparada nos últimos meses.
Questionado sobre se não defraudou as expectativas dos que votaram em si para um mandato de quatro anos, o autarca afirmou que “há hoje a consciência de que os líderes trabalham com equipas”, pelo que parte “de consciência tranquila”.
Considerando que deixa um concelho “muito diferente” do que existia há 12 anos, Paulo Caldas disse acreditar que o seu sucessor - que, não vindo da política partidária, “tem servido o País em termos civis e militares” - vai continuar o “projecto de desenvolvimento que está em curso”.
O autarca elegeu como “momentos marcantes” da sua vida autárquica as visitas dos Presidentes da República Jorge Sampaio e Cavaco Silva ao concelho, a aposta no projecto Capital do Vinho, que considerou ter “muito potencial” até pela teia de relações internacionais que gerou, as acessibilidades, as áreas empresariais e os “equipamentos modernos”, como o centro cultural, as escolas e centros de dia, entre outros.
Paulo Caldas reconheceu que a dívida cresceu de 10 milhões de euros em 2002 para os actuais 42,6 milhões, mas garantiu que está a ser gerida “de forma sustentada” e que permitiu passar de um investimento residual para “120 milhões de euros de investimento nos últimos 10 anos”, conquistando 45 milhões de euros a fundo perdido.
O autarca admitiu que os seus mandatos não foram isentos de polémica, mas assegurou que a autarquia “ganhou muito” com as intervenções das diversas entidades inspetivas.
 “Melhorámos em termos de regulamentos e funcionamento interno”, disse, assegurando que muitos processos vieram corrigir “deficiências que existiam há décadas do ponto de vista contabilístico e de procedimentos”.
Afirmando que passou por momentos “muito difíceis e complicados”, em particular quando a sua casa foi alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, Paulo Caldas assegurou que os processos “estão a ser resolvidos”, nomeadamente os que resultaram das auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas em 2003 e 2004, que, disse, estão em fase de recurso.
Segundo disse, sempre assumiu as suas responsabilidades, tendo conseguido resolver várias questões, e atribuiu algumas das situações que viveu ao “jogo sujo que tão mau nome dá à política e aos políticos”.
Quanto às suas relações com o PS (entregou o cartão de militante em 2010), Paulo Caldas disse à Agência Lusa que é “um socialista convicto” e que, “mais cedo ou mais tarde”, a questão da militância voltará a colocar-se.
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