sábado, 22 de outubro de 2011

Autarquias

Câmara de Abrantes diz que não tem condições para construir Museu Ibérico de Arqueologia e Arte nos moldes anunciados
A Câmara de Abrantes anunciou hoje não ter condições para construir o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) nos moldes anunciados, afirmando que o mesmo vai ser edificado de forma faseada.
Em declarações à agência Lusa, à margem das II Jornadas Internacionais do MIAA, que hoje se realizaram em Abrantes, a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, reafirmou a intenção de "honrar um conjunto de compromissos assumidos", mas referiu que, "atendendo à actual conjuntura, seria irresponsável" avançar para este investimento nos moldes em que estava previsto.
"Hoje não temos essas condições e não podemos de todo avançar com um investimento desta grandeza de uma só vez", vincou.
Promovido pelo município e pela Fundação Estrada, o MIAA tem o propósito de apresentar as colecções de arqueologia, de história e de arte, desde a pré-história até à época contemporânea, reunidas pelas duas instituições, e ainda duas colecções do escultor Charters de Almeida e da pintora Maria Lucília Moita.
Com um investimento inicialmente estimado de 13 milhões de euros e projecto desenhado pelo arquitecto Carrilho da Graça, a criação do MIAA implica a construção de uma torre de 27 metros para acolher as cerca de cinco mil peças que integram as colecções de ourivesaria, numismática, armaria, arquitectura romana, medieval e moderna e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, entre outras colecções que Ernesto Estrada recolheu ao longo de meio século, e cujo acervo será cedido à Câmara de Abrantes através de protocolo.
Segundo Maria do Céu Albuquerque, o MIAA vai ser construído por duas fases, a primeira das quais englobando a requalificação e musealização do Convento de São Domingos, no âmbito de um projecto de regeneração urbana.
"A construção da torre vai ficar para uma segunda fase e avançará quando e se as condições o proporcionarem", referiu à Lusa, adiantando que o projecto MIAA está a ser "reequacionado" tendo em vista a requalificação do Convento de São Domingos e a sua capacidade de poder albergar exposições parciais das quatro colecções que o deverão integrar.
Céu Albuquerque disse ainda que o valor de construção do MIAA, "no âmbito da primeira fase", cifrar-se-á em montantes "muito inferiores" aos 13 milhões de euros anunciados.
"O projecto ainda está a ser ultimado mas custará bastante menos, talvez cinco milhões de euros, não mais, até porque a construção da torre ficará para mais tarde", vincou.
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