Câmaras de Mação e Chamusca "resistem" ao encerramento de escolas
A “falta de condições de transporte” e a “recusa em aprofundar o isolamento de algumas freguesias” foram dois dos argumentos apresentados pelos municípios de Mação e Chamusca para não encerrar as escolas dos seus concelhos.
As Câmaras de Mação (PSD) e Chamusca (CDU) recusaram a proposta de fecho de escolas nos seus municípios, considerando que a decisão configura “um ataque” a regiões que travam verdadeiras batalhas contra o processo de desertificação do interior.
No concelho da Chamusca, a autarquia alegou “falta de condições de transporte” para adiar o encerramento da escola de Semideiro, actualmente com 20 alunos, embora as escolas de Chouto, Ulme e Pinheiro Grande, todas com menos de 21 alunos, também estejam referenciadas pelo Ministério como sendo estabelecimentos de ensino a encerrar.
Sérgio Carrinho, presidente da autarquia da CDU, disse à agência Lusa que as escolas não encerram este ano por “falta de condições de transporte”, tendo acrescentado que o processo “não significa um fecho administrativo, antes um fecho coordenado”.
O autarca afirmou que agora “vai-se abrir uma discussão” com todos os parceiros locais envolvidos no processo educativo para analisar a melhor forma de preparar as populações e os alunos para o que se perspectiva para o ano seguinte.
Em Mação, as escolas de Ortiga, Penhascoso e Carvoeiro, todas elas com menos de 20 alunos, deveriam encerrar por via da medida governamental, uma medida não acatada pelos responsáveis políticos do município que desde a primeira hora afirmaram a sua “relutância e não concordância” com uma decisão que consideraram ser um “retrocesso numa luta de décadas pela fixação populacional”.
“Não se podem fechar escolas por fechar, por um simples despacho, e sem um mínimo de bom senso”, disse à agência Lusa o vice presidente da autarquia.
“Fechar uma escola numa aldeia pode significar a morte dessa mesma aldeia e não se pode cortar a direito, sem uma análise ponderada, feita e decidida caso a caso”, acrescentou o autarca, que afirmou ainda ter “muitas dúvidas” de que o encerramento das escolas fosse melhor para as crianças.
Para Vasco Estrela, a medida significaria um “retrocesso”, na medida em obrigaria as crianças a saírem do seu meio natural e a levantarem-se muito mais cedo e a chegar muito mais tarde a casa.
“Esta medida, a ser implementada em Mação, significaria regredir no tempo e eliminar todo o trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos, numa lógica de povoamento das nossas freguesias e de dar vida às aldeias mais rurais e isoladas”, afirmou, tendo acrescentado que o encerramento de escolas “deixou de ser um problema só do interior do país”.
“Basta olhar para o mapa nacional e ver que o encerramento de escolas por falta de alunos é um processo que está afectar todo o território nacional”, observou Vasco Estrela, tendo reclamado por uma “ponderação urgente” relativamente ao processo de fixação populacional.
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A “falta de condições de transporte” e a “recusa em aprofundar o isolamento de algumas freguesias” foram dois dos argumentos apresentados pelos municípios de Mação e Chamusca para não encerrar as escolas dos seus concelhos.
As Câmaras de Mação (PSD) e Chamusca (CDU) recusaram a proposta de fecho de escolas nos seus municípios, considerando que a decisão configura “um ataque” a regiões que travam verdadeiras batalhas contra o processo de desertificação do interior.
No concelho da Chamusca, a autarquia alegou “falta de condições de transporte” para adiar o encerramento da escola de Semideiro, actualmente com 20 alunos, embora as escolas de Chouto, Ulme e Pinheiro Grande, todas com menos de 21 alunos, também estejam referenciadas pelo Ministério como sendo estabelecimentos de ensino a encerrar.
Sérgio Carrinho, presidente da autarquia da CDU, disse à agência Lusa que as escolas não encerram este ano por “falta de condições de transporte”, tendo acrescentado que o processo “não significa um fecho administrativo, antes um fecho coordenado”.
O autarca afirmou que agora “vai-se abrir uma discussão” com todos os parceiros locais envolvidos no processo educativo para analisar a melhor forma de preparar as populações e os alunos para o que se perspectiva para o ano seguinte.
Em Mação, as escolas de Ortiga, Penhascoso e Carvoeiro, todas elas com menos de 20 alunos, deveriam encerrar por via da medida governamental, uma medida não acatada pelos responsáveis políticos do município que desde a primeira hora afirmaram a sua “relutância e não concordância” com uma decisão que consideraram ser um “retrocesso numa luta de décadas pela fixação populacional”.
“Não se podem fechar escolas por fechar, por um simples despacho, e sem um mínimo de bom senso”, disse à agência Lusa o vice presidente da autarquia.
“Fechar uma escola numa aldeia pode significar a morte dessa mesma aldeia e não se pode cortar a direito, sem uma análise ponderada, feita e decidida caso a caso”, acrescentou o autarca, que afirmou ainda ter “muitas dúvidas” de que o encerramento das escolas fosse melhor para as crianças.
Para Vasco Estrela, a medida significaria um “retrocesso”, na medida em obrigaria as crianças a saírem do seu meio natural e a levantarem-se muito mais cedo e a chegar muito mais tarde a casa.
“Esta medida, a ser implementada em Mação, significaria regredir no tempo e eliminar todo o trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos, numa lógica de povoamento das nossas freguesias e de dar vida às aldeias mais rurais e isoladas”, afirmou, tendo acrescentado que o encerramento de escolas “deixou de ser um problema só do interior do país”.
“Basta olhar para o mapa nacional e ver que o encerramento de escolas por falta de alunos é um processo que está afectar todo o território nacional”, observou Vasco Estrela, tendo reclamado por uma “ponderação urgente” relativamente ao processo de fixação populacional.
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