terça-feira, 10 de agosto de 2010

Efemérides

Jornal de Abrantes comemora 110º aniversário com edição especial sobre Implantação da República
Fundado no ano 1900, o Jornal de Abrantes (JA) vai comemorar o seu 110º aniversário com uma edição especial sobre a implantação da República em Portugal, recuperando a manchete que fez capa em Outubro de 1905.
O centenário semanário, hoje transformado em mensário gratuito pela empresa Jortejo, do Grupo Lena Comunicação, pretende assim “celebrar a história” de um jornal que “iniciou o seu percurso na monarquia, mas já com espírito republicano”, segundo disse à agência Lusa o seu director, Alves Jana.
“Em Outubro de 1905”, contou, o JA “saudava a República como sendo o único regime capaz de redimir o velho Portugal” afirmando que “só este poderia moralizar e cortar cerce em esbanjamentos e em abusos criminosos”.
“No 5 de Outubro, portanto, o JA e a própria população, que prestava grande apoio à causa republicana, só tinham razões para festejar e esses são os motivos porque celebramos o aniversário do jornal nessa ocasião e não o Maio de 1900, quando saiu a primeira edição”, disse Alves Jana.
Com uma tiragem de 15 mil exemplares e um novo proprietário desde 2009, o JA “é o mais novo e, simultaneamente, o mais antigo” da região de Abrantes, com uma estrutura empresarial “sólida”, acrescentou.
Segundo disse Alves Jana, os objectivos do presente passam pela “consolidação do jornal no mercado” e o “aprofundamento do trabalho de parceria” desenvolvido entre as redacções do JA e a Rádio Antena Livre, pertença do mesmo grupo e actualmente a partilharem instalações.
O jornal é todo a cores e tem distribuição gratuita porta a porta pelos concelhos de Abrantes, Mação, Sardoal, Constância e Vila Nova da Barquinha, tendo uma linha editorial que Alves Jana define como “menos próxima da actualidade fina”, assumindo a procura, na região onde opera, de “linhas de força mais profundas”.
“O objectivo a que nos propomos”, observou, “é prestar atenção à vida nas suas várias dimensões, sobretudo nos ritmos de médio prazo, com uma aposta traduzida num jornalismo de proximidade”.
Quanto ao presente, o responsável afirmou que, “como toda a comunicação social, vive o dia a dia, ou melhor, mês a mês, à procura de meios para sobreviver num tempo de crise”.
“Como gratuito que é, não pode contar com as assinaturas como receita ou o porte pago como apoio oficial. Vivemos, por isso, da publicidade, num território bastante disputado por vários concorrentes”.
“Mas é assim por todo o lado”, observou o responsável.
Durante o Estado Novo, o JA assumiu-se ao lado do regime.
No 25 de abril de 1974 saudou o novo regime democrático, mas manteve-se numa posição conservadora.
Até Março de 2009, manteve o mesmo cabeçalho, impressão a preto e vermelho e sem fotos na primeira página e raramente na última, com o interior todo a preto embora já com algumas fotos.
Uma das pessoas que na década de 70 ensaiaram, embora sem êxito, uma renovação no Jornal de Abrantes foi Jorge Lacão, hoje ministro dos Assuntos Parlamentares e responsável pela pasta da Comunicação Social.
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