terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sociedade

Anunciado em Mação a criação de Observatório Nacional para Zonas de Intervenção Florestal
A secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural anunciou hoje a criação de um observatório nacional para as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), no final do I Encontro Nacional de Entidades Gestoras, realizado em Mação.
A informação prestada por Miguel Galante, adjunto do secretário de Estado Rui Barreiro, mereceu os aplausos dos representantes de 105 das 127 ZIF actualmente constituídas no país, que trabalham um universo de 600 mil hectares de áreas florestais e que hoje aprovaram uma carta reivindicativa a enviar à tutela.
Entre outros medidas, as entidades gestoras reclamaram, precisamente, a criação de “um observatório ou comissão de acompanhamento”.
Segundo disse à agência Lusa Miguel Galante, “o observatório irá funcionar como uma plataforma de análise e discussão dos problemas, dos constrangimentos e das medidas que se devem, em dado momento, implementar, mas servirá também para avaliar como evoluem as ZIF no terreno, um processo incontornável e que continua a constituir uma prioridade do Governo”.
António Louro, presidente da Associação Florestal do concelho de Mação (Aflomação), entidade organizadora do encontro, disse à Lusa que esta foi “uma boa notícia para todos os envolvidos nos processos de criação e funcionamento de ZIF”, tendo acrescentado ser “importante” que do observatório façam parte representantes das entidades que tutelam o sector bem como organizações federativas de proprietários florestais.
António Louro afirmou ainda “esperar” que o futuro observatório tenha como objectivo “analisar as presentes dificuldades dos processos de ZIF, que avalie a adequação das medidas de apoio existentes e realize propostas para ultrapassar os graves constrangimentos actuais”.
Os “constrangimentos financeiros e ausência de estratégia de desenvolvimento” para as ZIF foram precisamente alguns dos problemas hoje apontados no Encontro Nacional de Entidades Gestoras.
“Os proprietários florestais e entidades gestoras têm-se deparado com inúmeras dificuldades e encontram-se desanimados, frustrados e impotentes para pôr em funcionamento no terreno as ZIF constituídas”, afirmou o gestor.
Sob o mote “Analisar o presente, preparar o futuro”, do encontro nacional saiu uma carta reivindicativa que apresenta propostas que “visam desencadear as alterações que permitam aproveitar o esforço e trabalho até ao momento desenvolvido por proprietários florestais e entidades gestoras, de modo a promover a sua continuidade”.
Aprovado por unanimidade, o documento considera ainda “essencial” alertar para a necessidade de garantir a continuidade dos apoios do Fundo Florestal Permanente, “de forma a promover a constituição e o funcionamento das ZIF”, promover uma “reestruturação profunda das medidas de apoio do PRODER, aproximando-as das reais necessidades” e promover a execução do cadastro simplificado, estabelecendo protocolos ou parcerias com as entidades gestoras.
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