terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sociedade

Câmaras de Abrantes e Chamusca solidárias com utentes da Ponte de Constância
As câmaras de Abrantes e Chamusca manifestaram hoje a sua “solidariedade” para com a população da autarquia vizinha de Constância pelos “transtornos” causados pelo encerramento da ponte sobre o Tejo, a 20 de Julho.
Com o encerramento repentino daquela travessia sobre o rio Tejo – após uma vistoria técnica da Refer apontar para falhas graves de segurança no tabuleiro rodoviário -, a freguesia de Santa Margarida, em Constância, com 1800 habitantes, ficou separada fisicamente da sede do seu concelho tendo nas pontes de Chamusca e Abrantes as alternativas mais próximas para atravessar o rio.
Com a população da freguesia “retida” na margem sul e com deslocações acrescidas de entre 40 a 50 quilómetros para o acesso a serviços de saúde, desportivos e educativos, ou ainda para o posto de trabalho, os responsáveis autárquicos de Abrantes (PS) e Chamusca (CDU) manifestaram hoje à agência Lusa a sua “solidariedade” e “preocupação” para com os problemas com que se tem debatido nos últimos 40 dias o concelho vizinho de Constância (CDU).
A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, defendeu hoje que se deve encontrar de “imediato” uma solução entre as autoridades autárquicas e governamentais para a reabertura e requalificação da ponte de Constância, que une as freguesias de Constância sul e Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha (PS).
“Não faz sentido que a população da freguesia de Santa Margarida, para aceder à sede do seu concelho, tenha de dar uma volta enorme pelos concelhos de Abrantes e Chamusca”.
“É fundamental que as partes intervenientes, autárquicas e governamentais, se entendam o quanto antes para uma requalificação imediata da ponte, que tem de ser devolvida o mais depressa possível às comunidades que dela dependem para o seu dia a dia”, afirmou.
O presidente da Câmara de Chamusca, Sérgio Carrinho disse que tem acompanhado a situação com “muita preocupação”, porque o fecho da ponte de Constância “é um “problema que a todos fortemente penaliza”.
“A ponte da Chamusca é limitada em termos de largura, os camiões mais largos não passam na travessia e o acréscimo de tráfego preocupa-nos porque congestiona aqui a normal circulação rodoviária”.
Segundo acrescentou, “são muitos os veículos pesados provenientes de todo o país que utilizavam a ponte em Constância para descarregar os seus resíduos no Eco Parque do Relvão”, espaço na Chamusca que acolhe os resíduos industriais perigosos a nível nacional, sendo que “boa parte deles usava a travessia em Constância e agora usam a ponte de Chamusca, uma situação geradora de congestionamentos e que só não é resolvida porque tem faltado vontade política para a assumir e resolver por parte dos nossos sucessivos governos”.
“Este é um problema que deve ser resolvido de uma vez por todas pelo Estado português, porque todos sabem bem que as autarquias pequenas, como Constância e Vila Nova da Barquinha, não têm capacidade financeira para a resolver”, concluiu.
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