quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sociedade

No mês de Setembro cerca de 550 pessoas requereram Rendimento Social de Inserção no distrito
No mês de Setembro, 559 candidatos requereram no Centro Distrital de Santarém o Rendimento Social de Inserção (RSI), revelou a directora distrital daquele organismo, no I Encontro de Intervenção Social do Cartaxo.
Anabela Rato, declarou que até Setembro eram 3425 as famílias no distrito beneficiárias do RSI, representando um total de 8914 pessoas. Estes números foram apresentados no início do encontro que se realiza esta quinta-feira, com a participação de representantes de instituições e associações de vários pontos do país.
O encontro é organizado pelo serviço local da Segurança Social e pela Rede Social do Cartaxo e tem o apoio da autarquia. À margem do encontro, a responsável pela Rede Social do Cartaxo, Conceição Reis, revelou à Lusa alguns dos dados que constam do relatório da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens - CPCJ, relativos ao primeiro semestre do ano.
O documento regista a abertura de 48 novos processos e da reabertura de 28. São os maus-tratos psicológicos e o abuso emocional que registam o maior número de casos, nas crianças dos zero aos cinco anos de idade, totalizando 49 as vítimas de ambos os sexos.
O alcoolismo caracteriza a maioria dos agregados familiares das crianças e jovens sinalizados pela CPCJ do Cartaxo. O último diagnóstico social do Cartaxo, elaborado pelo Conselho Local de Acção Social (CLAS), que abarca os anos 2006 e 2007, aponta o abandono escolar, pobreza escondida e a violência doméstica como alguns dos pontos mais negativos da realidade local em termos sociais.
O levantamento aponta, ainda, a falta de creches, o desemprego, o abandono escolar, o alcoolismo, a toxicodependência, as carências alimentares na população idosa e a inexistência de habitação social como problemas existentes.
"Do ano passado para este mudou o tipo de ajudas que nos são solicitadas, normalmente apoio financeiro, porque, mesmo com emprego, [as pessoas] não conseguem fazer face às despesas. Também pedem materiais para pequenas obras de construção em casa", disse à Lusa Vera Lopes, responsável pela Acção Social municipal.
Apesar de só no final do ano o número de pedidos ser contabilizado, a técnica assegurou que este ano já se regista um "substancial aumento", atendendo uma média de 15 pessoa por dia.
"Somos uma espécie de bombeiros sociais, damos apoio, encaminhamos as situações mais delicadas para a Segurança Social", acrescentou.
Face ao diagnóstico, a rede social do concelho elaborou um plano de acção com o objectivo de combater a pobreza e a exclusão social, numa perspectiva de promoção do desenvolvimento social.
Assim, o planeamento estratégico de inclusão social prevê, até 2011, estimular o sector empresarial do concelho para o desenvolvimento de projectos no âmbito da responsabilidade social, em parceria com associações empresariais.
Aumentar a rede de transportes públicos, adequando-os às necessidades dos trabalhadores e, até final do próximo ano, adequar o funcionamento dos equipamentos de apoio à primeira infância com as necessidades profissionais das famílias, são outros dos objectivos traçados.
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