sábado, 14 de novembro de 2009

Economia

Presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal disse em Ourém que o desaparecimento de abelhas é um dos principais problemas do sector no país
O desaparecimento de abelhas é actualmente um dos principais problemas do sector no país, admitiu hoje o presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), Manuel Gonçalves.
“A questão da quebra das abelhas e de não haver reposição é um dos problemas da apicultura”, afirmou à Agência Lusa, Manuel Gonçalves, considerando que a situação é uma “ameaça ao sector e ao meio ambiente”.
Em Ourém, no âmbito do 10.º Fórum Nacional de Apicultura, o responsável explicou que “na apicultura há sempre uma quebra na ordem dos dez por cento do efectivo por ano, que era reposto no ano seguinte, quando havia nova enxameação”.
“O que nos preocupa não é perder 10 a 20 por cento do efectivo, é normal, é natural. O problema é a reposição”, salientou, adiantando que “uma colmeia, depois de hibernar, começa a produzir no próximo ano, com alguma facilidade e, neste momento, é muito lento”.
“[Os produtores] estão a diminuir o tempo de colheita de mel porque a quantidade de abelhas para fazer essa colheita cada vez é mais diminuta”, observou ainda.
A FNAP integra, com a Universidade de Évora, um consórcio europeu que investiga a síndrome do desaparecimento de colónias de abelhas.
João Casaca, técnico da federação, esclareceu que o consórcio “anda a tentar descobrir o que provoca o desaparecimento de colmeias de forma inexplicável”, apontando várias possibilidades para a situação.
Uso de pesticidas, alterações climáticas, doenças e organismos geneticamente modificados podem ser causas, declarou João Casaca, adiantando que se reconhece que a causa será “muiltifactorial”, pelo que a investigação será feita nesse sentido.
O técnico da FNAP avançou que “a Universidade de Évora vai fazer testes de performances a várias subespécies de abelhas”, testes que serão replicados noutros países no sentido de estudar este problema.
Esta questão levou o presidente da Associação dos Apicultores da Região de Leiria, Jacob Pinto, a reclamar apoio dos poderes públicos,
“A ameaça de dizimação, por factores até agora pouco claros, paira sobre o sector”, afirmou Jacob Pinto, salientando que a apicultura “é uma actividade que urge garantir, por insubstituível no trabalho de polinização, do qual poderá depender a viabilização da natureza e da humanidade em última análise”.
Por isso, Jacob Pinto pediu que “os poderes públicos olhem” para a apicultura “com respeito, consciência da gravidade da situação e vontade de colaborar”.
“Não estamos a queixar-nos, até porque muito já foi feito e está a fazer-se, apenas solicitamos mais empenhamento e agilização de procedimentos”, anotou.
*Fonte:Lusa
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