quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Economia

Drink In, posta à venda
A cervejeira Drink In foi posta à venda em processo de insolvência por um valor de licitação mínimo de 12,5 milhões de euros, segundo anúncio publicado hoje em dois jornais nacionais, sendo Sousa Cintra um dos interessados na aquisição.
A agência Lusa apurou que no âmbito do processo de insolvência foram apresentadas duas propostas para aquisição da cervejeira construída em 2001, em Santarém, por Sousa Cintra e vendida em 2006 por este ao empresário Jorge Armindo.
Além dos espanhóis da Font Salem, pertencente ao grupo Damm, também o anterior dono da empresa, Sousa Cintra, havia apresentado, “há umas semanas”, uma proposta de aquisição, confirmou hoje o próprio à Lusa, adiantando que irá agora analisar os termos do anúncio.
A Massa Insolvente da Drink In tinha até segunda-feira passada para apresentar um plano de recuperação da empresa, mas acabou por optar pela venda do estabelecimento por considerar que esta será uma forma mais célere de resolver o problema da cervejeira, abrindo a possibilidade ao aparecimento de outras propostas, disse à Lusa o administrador da insolvência.
Jorge Calvete adiantou que, tal como tinha sido decidido na Assembleia de Credores de 20 de Abril - que a empresa seria colocada à venda caso não fosse apresentado um plano no prazo estabelecido pelo Tribunal -, a Comissão de Credores deliberou pela venda extrajudicial.
Os interessados na aquisição da Drink In, Companhia de Indústria de Bebidas e Alimentação S.A., mais conhecida pela designação de Fábrica de Cervejas Cintra, podem apresentar as suas propostas até às 12:00 do dia 09 de Dezembro, de acordo com o anúncio hoje publicado.
Jorge Calvete disse à Lusa que o montante em dívida ronda os 120 milhões de euros, sendo que o estabelecimento será adquirido “livre do passivo, ónus ou encargos existentes à data da transmissão, os quais serão automaticamente levantados ou extintos na data da aquisição”, refere o anúncio.
A venda inclui “todos os edifícios, áreas descobertas e os furos de água localizados dentro do terreno” e implica a aceitação dos trabalhadores “existentes à data da venda”, pertencendo os produtos acabados à data da venda à Massa Insolvente.
Fonte da comissão de trabalhadores disse à Lusa que, no âmbito deste processo, 20 dos 96 trabalhadores da empresa foram convidados a sair com acordo, ficando a empresa com 76 funcionários.
O Tribunal deu um primeiro prazo para apresentação de um plano de recuperação que terminou a 15 de Maio, mas que foi sendo sucessivamente prorrogado, não tendo a juiz do processo proferido ainda despacho da última decisão da Comissão de Credores, conforme confirmou hoje a Lusa junto do Tribunal de Santarém.
A Comissão de Credores integra, como efectivos, o Millenium BCP, a Caixa Geral de Depósitos e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e, como suplentes, um representante dos trabalhadores e outro da Segurança Social.
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