sábado, 14 de novembro de 2009

Sociedade

Abrantes cria Banco de Medicamentos para pessoas carenciadas
A ajuda a pessoas necessitadas e a agregados familiares carenciados de Abrantes levou o cónego José da Graça a criar um Banco de Medicamentos naquela cidade, que disponibiliza fármacos gratuitamente a quem necessita.
A funcionar dois dias por semana no posto de enfermagem da paróquia de S. Vicente, o Banco de Medicamentos recebe os fármacos que já não têm utilização, “desde que dentro dos prazos de validade” e, com o apoio e supervisão de duas enfermeiras voluntárias, faz a redistribuição junto da comunidade mais carente e que não os pode comprar na farmácia.
“A ideia surgiu pelo elevado número de pessoas que aparecia à porta da paróquia a pedir medicamentos ou dinheiro para os poder comprar”, disse à agência Lusa o pároco das freguesias de S. Vicente e de S. João.
Segundo o padre, o serviço apresenta um “cariz solidário” que utiliza os fármacos com “duplo benefício”.
“Por um lado, há pessoas que destroem os medicamentos quando já não necessitam de os tomar, ou que os deixam a acumular e a estragar em qualquer compartimento em casa, e que os podem aqui entregar pela utilidade que apresentam para as pessoas mais pobres”, disse.
Por outro, acrescentou, “para além de se reduzirem os riscos da auto-medicação, as pessoas mais necessitadas, mediante a apresentação da receita médica, podem ir ao Banco de Medicamentos ver se lá está o que procuram e, se assim for, podem levá-los gratuitamente”.
“É um meio de não se desperdiçar absolutamente nada”, afirmou à Lusa o cónego, acrescentando que o serviço é “válido para todos os habitantes” do concelho de Abrantes.
“Ao nível das paróquias de S. Vicente e de S. João”, tuteladas pelo padre José da Graça, “para as pessoas carenciadas que tenham receita médica e não encontrem os medicamentos que necessitam, a paróquia vai ela própria comprá-los à farmácia”.
"Não recuso medicamentos a ninguém desde que a pessoa seja verdadeiramente pobre e deles necessite”, afirmou, tendo acrescentado que a paróquia “tem o dever de ajudar e pôr o seu dinheiro ao serviço dos mais pobres”.
“Por um lado, contamos com o apoio de um grupo de pessoas que todos os meses nos entrega um determinado montante para este fim e, por outro, se o dinheiro mesmo assim não chegar e se é para bem daqueles que precisam, é dever meu e é dever da paróquia fazê-lo”, concluiu.
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