terça-feira, 1 de março de 2011

Cultura

Veríssimo Serrão assinou hoje com a Câmara de Santarém o protocolo da doação da biblioteca pessoal ao município
O historiador Joaquim Veríssimo Serrão assinou hoje, com o presidente da Câmara Municipal de Santarém, o protocolo que formaliza a doação da sua biblioteca pessoal ao município e a constituição do Centro de Investigação com o seu nome.
O protocolo vem formalizar um acordo celebrado em Novembro de 2009, altura em que Joaquim Veríssimo Serrão, actualmente com 85 anos, decidiu doar à autarquia a sua biblioteca pessoal, com cerca de 30.000 livros, 90 caixas com documentos manuscritos (entre os quais a correspondência que trocou com o seu amigo Marcelo Caetano) e objetos que possui na biblioteca de sua casa, em Santarém.
O acervo inclui os ficheiros que Veríssimo Serrão, que presidiu durante 31 anos à Academia Portuguesa da História, usou para as suas investigações, os diplomas do historiador, quadros, condecorações e moedas.
O centro tem por fim “formar e cuidar de um fundo documental e bibliográfico, físico e virtual, sobre Teoria Geral do Estado, Ciência Política, História das Ideias Políticas, História Política, História Diplomática, História Ibero-Americana, História Hispano-Portuguesa, História Económica, História da Arte e Cultura e matérias conexas com a História Regional”.
Por vontade expressa de Joaquim Veríssimo Serrão, o centro, que deverá entrar em funcionamento até ao verão em instalações cedidas pela autarquia na Casa de Portugal e de Camões (antigo Presídio), tem como director o historiador Martinho Vicente Rodrigues.
Martinho Vicente Rodrigues disse à Lusa que o Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, dotado de um conselho científico, um conselho consultivo e uma assembleia de investigadores, irá promover e divulgar estudos e promover diversas atividades, estando aberto a todos os investigadores e curiosos que queiram investigar nesta área.
Por outro lado, tirando partido das ligações internacionais de Veríssimo Serrão, fará “incursões a nível nacional e internacional”, neste caso prioritariamente com Espanha, Brasil e Venezuela, países com os quais o historiador tem laços afectivos, disse.
Professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Veríssimo Serrão foi reitor da Universidade de Lisboa de 1973 a 1974, ano em que foi exonerado a seu pedido, e presidiu à Academia Portuguesa da História entre 1975 e 2006, tendo recebido os prémios Alexandre Herculano (1954), D. João II (1965) e Príncipe das Astúrias de Ciências Sociais (1995), entre outros.
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