quinta-feira, 24 de março de 2011

Sociedade

Tribunal de Abrantes iniciou julgamento de três jovens acusados pelo assassinato de um camionista na área de serviço da A23
O Tribunal de Abrantes começou hoje a julgar três jovens acusados pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado pelo assassinato de um camionista na área de serviço em Mouriscas, Abrantes, na A23, em Junho de 2010.
Segundo a acusação, o camionista Nelson Ferreira parara na estação de serviço de Mouriscas, para fazer uma pausa na viagem que fazia para França. No estabelecimento, um olhar para a mesa onde estavam os arguidos terá originado uma cena de violência, com murros e bofetadas, que culminou com uma facada mortal.
A situação ocorreu cerca das 06:00 e, segundo o despacho de acusação, "os arguidos não conheciam a vítima e esta nada fez para que (…) tivesse sido sequer abordada".
Nélson Ferreira era um cidadão que, "no pleno exercício da sua profissão de motorista, se limitou a parar numa área de serviço e se dirigiu ao estabelecimento com o único propósito de tomar um café e fazer uma pausa", acrescenta a acusação.
Em relação aos arguidos, o despacho regista que os três jovens "actuaram em conjugação de esforços com intenção de matar Nélson, o que conseguiram, fazendo-o pelo simples prazer e vontade de provocar e causar distúrbios, denotando um total, pérfido e gratuito desrespeito pela vida humana".
Nelson Ferreira “foi brutalmente espancado e assassinado simplesmente por ter olhado” para os três jovens, um de 19 anos, os outros dois com 23, quando saía do restaurante da área de serviço das Mouriscas, concluiu o MP, acusando-os de homicídio qualificado.
O arguido mais novo, suspeito de ser o dono da arma branca usada para esfaquear o motorista, responde ainda por um crime de detenção de arma proibida e outro de condução sem habilitação legal, por ter sido ele o condutor durante a fuga que tentaram encetar.
Após o crime, os arguidos tentaram fugir pela A23 mas já eram perseguidos por uma patrulha da GNR, tendo reagido com bastante violência à ordem de detenção.
As imagens de videovigilância ajudaram a esclarecer que Nelson Ferreira apenas se tentou defender e nunca reagiu às agressões dos jovens.
Divorciado, deixa dois filhos menores, tendo a família deduzido um pedido de indemnização cível de 485 mil euros. O julgamento decorre sob fortes medidas de segurança.
*Lusa
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