sexta-feira, 11 de março de 2011

Ambiente

Quercus dá parecer negativo a nova pedreira localizada em Boleiros
A associação ambientalista Quercus deu parecer negativo à Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) de uma nova pedreira localizada em Boleiros, Fátima, alertando para a alegada entrada em exploração mesmo antes da conclusão do processo.
Em comunicado, a Quercus assegura que, mesmo sem uma declaração de impacte ambiental emitida pelo Ministério do Ambiente, está já em curso a exploração de blocos de pedra, “desmatando o azinhal protegido sem autorização”.
Fonte da Câmara Municipal de Ourém disse hoje à agência Lusa que, numa acção de fiscalização ao local, se verificou que a empresa tem uma licença de pesquisa que autoriza a abertura de uma vala de 30 metros de extensão, seis de profundidade e um de largura, para poder verificar a qualidade dos blocos.
“O processo está regular em função do pedido” e a empresa possui uma autorização para ocupação da Reserva Ecológica Nacional (REN), afirmou José Manuel Alho, vice-presidente da Câmara Municipal de Ourém.
Quanto ao eventual corte de azinheiras, o autarca disse à Lusa que houve denúncias nesse sentido que não puderam ser confirmadas no local, tendo, contudo, sido comunicadas as suspeitas à Autoridade Florestal Nacional.
A Quercus realça que a nova pedreira está abrangida pela REN por estar inserida em “áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos” e localiza-se junto do “corredor ecológico estruturante” próximo do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
A pedreira apresenta uma área de 5.716 metros quadrados, estimando-se um volume de materiais rejeitados “muito elevado” (19.188 metros cúbicos), acrescenta.
A associação afirma ter sido alertada por populares para o problema do ruído, poeiras e aumento de tráfego de veículos pesados dentro da localidade de Boleiros, “numa zona em que a aposta deveria ser no turismo e não em novas indústrias extractivas junto a Fátima”.
José Manuel Alho referiu que as queixas dos moradores da zona são recorrentes, dada a existência de várias pedreiras na região, sublinhando que os processos de licenciamento são da responsabilidade dos ministérios da Economia e do Ambiente e Ordenamento do Território.
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