Clubes Desportivos do concelho de Santarém dizem que atrasos nos pagamentos estão a criar situação “insustentável”
Os clubes desportivos do concelho de Santarém consideram que o atraso de dois anos e meio nos pagamentos dos subsídios da autarquia está a criar uma situação “insustentável”, admitindo ter que vir a suspender a sua participação em algumas competições.
António Melão, presidente da Associação Académica de Santarém, disse à agência Lusa que os dirigentes de cinco clubes desportivos do concelho pediram hoje uma reunião ao vereador da câmara municipal de Santarém com o pelouro do desporto, João Leite, para saber o que pensa a autarquia fazer em relação aos valores em dívida.
“Queremos resolver a situação, que se está a tornar insustentável, a bem. Só precisamos de saber se a câmara tem algum plano de pagamentos ou o que está a pensar fazer para sabermos com o que podemos contar”, afirmou.
João Leite disse à Lusa que vai ter uma reunião na próxima semana com todos os clubes desportivos do concelho (mais de três dezenas) para, entre outros assuntos, abordar a questão financeira, sublinhando, contudo, que os apoios da autarquia não se cingem a essa componente, abarcando também toda a parte logística e de instalações.
Segundo João Leite, a autarquia tenciona pagar “a curto prazo, até ao final de Março” a tranche em falta da época 2008/2009 (cerca de 25 por cento), tendo aprovado há cerca de um mês os valores relativos à época 2009/2010 e prevendo que o protocolo para a época actual possa ser assinado no primeiro semestre do ano.
O vereador justificou os atrasos com a “actual conjuntura difícil” que se vive no país e que afecta as autarquias, sublinhando o “esforço muito grande” que está a ser feito pelos municípios, não conseguindo por isso comprometer-se com uma data para pagamentos, já que estes dependem da entrada de receita.
António Melão disse à Lusa que, só no caso da Académica, que proporciona a prática de futebol a 330 crianças e jovens do concelho, a dívida da autarquia atinge já os 42 mil euros, sem contar com a época actual, o que obriga a uma gestão “muito criativa”.
Para António Melão os clubes estão muito estruturados em função dos subsídios, já que as mensalidades pagas pelos atletas não são suficientes para cobrir as despesas com treinadores, deslocações, manutenção de viaturas, pagamento de inscrições, arbitragens e seguros.
Para António Melão, a prolongarem-se os atrasos nos pagamentos, o clube vai ponderar a suspensão em algumas competições, deixando de “representar o nome da cidade”.
No caso do Santarém Basket Clube, que tem inscritos uma centena de praticantes, o clube fez saber em comunicado aos associados que “sem apoio ao associativismo” vai ter que vender a carrinha que adquiriu para transporte dos atletas, “levando país fora o nome da nossa terra”.
A direcção do clube sublinha que esta é uma decisão de “último recurso”, face “à falta de verba para satisfazer os seus compromissos”, receando que o projecto seja colocado em causa “se os apoios ao associativismo não chegarem com urgência”.
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Os clubes desportivos do concelho de Santarém consideram que o atraso de dois anos e meio nos pagamentos dos subsídios da autarquia está a criar uma situação “insustentável”, admitindo ter que vir a suspender a sua participação em algumas competições.
António Melão, presidente da Associação Académica de Santarém, disse à agência Lusa que os dirigentes de cinco clubes desportivos do concelho pediram hoje uma reunião ao vereador da câmara municipal de Santarém com o pelouro do desporto, João Leite, para saber o que pensa a autarquia fazer em relação aos valores em dívida.
“Queremos resolver a situação, que se está a tornar insustentável, a bem. Só precisamos de saber se a câmara tem algum plano de pagamentos ou o que está a pensar fazer para sabermos com o que podemos contar”, afirmou.
João Leite disse à Lusa que vai ter uma reunião na próxima semana com todos os clubes desportivos do concelho (mais de três dezenas) para, entre outros assuntos, abordar a questão financeira, sublinhando, contudo, que os apoios da autarquia não se cingem a essa componente, abarcando também toda a parte logística e de instalações.
Segundo João Leite, a autarquia tenciona pagar “a curto prazo, até ao final de Março” a tranche em falta da época 2008/2009 (cerca de 25 por cento), tendo aprovado há cerca de um mês os valores relativos à época 2009/2010 e prevendo que o protocolo para a época actual possa ser assinado no primeiro semestre do ano.
O vereador justificou os atrasos com a “actual conjuntura difícil” que se vive no país e que afecta as autarquias, sublinhando o “esforço muito grande” que está a ser feito pelos municípios, não conseguindo por isso comprometer-se com uma data para pagamentos, já que estes dependem da entrada de receita.
António Melão disse à Lusa que, só no caso da Académica, que proporciona a prática de futebol a 330 crianças e jovens do concelho, a dívida da autarquia atinge já os 42 mil euros, sem contar com a época actual, o que obriga a uma gestão “muito criativa”.
Para António Melão os clubes estão muito estruturados em função dos subsídios, já que as mensalidades pagas pelos atletas não são suficientes para cobrir as despesas com treinadores, deslocações, manutenção de viaturas, pagamento de inscrições, arbitragens e seguros.
Para António Melão, a prolongarem-se os atrasos nos pagamentos, o clube vai ponderar a suspensão em algumas competições, deixando de “representar o nome da cidade”.
No caso do Santarém Basket Clube, que tem inscritos uma centena de praticantes, o clube fez saber em comunicado aos associados que “sem apoio ao associativismo” vai ter que vender a carrinha que adquiriu para transporte dos atletas, “levando país fora o nome da nossa terra”.
A direcção do clube sublinha que esta é uma decisão de “último recurso”, face “à falta de verba para satisfazer os seus compromissos”, receando que o projecto seja colocado em causa “se os apoios ao associativismo não chegarem com urgência”.
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