quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sociedade

Presidente da Junta de Atalaia anuncia que vai apresentar queixa ao provedor de justiça contra introdução de portagens na A13
O presidente da Junta de Freguesia de Atalaia anunciou hoje que vai apresentar uma queixa ao provedor de Justiça contra a introdução de portagens na A13 (Vila Nova da Barquinha/Tomar), que considerou serem “um cerco” à localidade.
"É lamentável o desprezo a que os autarcas e a população do concelho de Vila Nova da Barquinha foram votados relativamente ao modo como decorreu o processo de introdução de portagens em três sublanços que se configuram como um autêntico cerco de portagens à freguesia de Atalaia", explicou à Lusa o presidente da junta de Atalaia, Nuno Gameiro (PS).
Para o autarca, os sublanços em causa prejudicam "quer a população quer o acesso ao parque industrial" da localidade.
Nesse sentido, afirmou que a queixa vai ser apresentada devido às "consequências lesivas" da introdução de portagens na A13, cujos pórticos cercaram a freguesia, tendo ainda criticado o "carácter autista e discriminatório" do Governo.
Em vigor desde 1 de Novembro, os sublanços do IC3 (itinerário complementar 3) situam-se na freguesia da Atalaia junto ao nó da A23 (Torres Novas/Guarda) e Atalaia/Asseiceira agora designado A13 (auto-estrada), tendo o autarca afirmado que aquela via perdeu cerca de 70 por cento do tráfego de ligeiros e 50 por cento de pesados, desde então.
Segundo Gameiro, os dados obtidos através de um sistema de controlo de tráfego implementado na A13 e na Estrada Nacional 110 (Tomar - Entroncamento), de forma a aferir o volume de tráfego em ambas as vias, revelam que a implementação do sistema de pórticos "gera um conjunto de receitas insignificantes que nada contribuem para a resolução dos problemas do país, em prejuízo das populações e empresas instaladas nas regiões do interior".
"O tráfego caiu todo para dentro da povoação", assegurou, tendo referido que a freguesia de Atalaia "regrediu cerca de duas décadas em termos de segurança rodoviária e consequentemente na qualidade de vida da sua população".
A Junta de Freguesia de Atalaia já solicitou à Estradas de Portugal (EP) que "urgentemente adopte medidas para acautelar a segurança rodoviária", que permitam proteger os peões e os automobilistas, nomeadamente através da colocação de semáforos limitadores de velocidade.
"A localização dos pórticos e a sua consequência para as populações e tecido empresarial é inqualificável, altamente discriminatório e carece de fundamento jurídico", vincou, tendo afirmado estar a "aguardar" por uma reunião de "carácter urgente" que solicitou ao secretário de Estado da tutela.
"Tudo temos feito para tentar solucionar o caso pela via do diálogo mas o Governo tem-se mostrado autista perante as nossas preocupações. Vamos para o Provedor de Justiça e para onde mais for preciso", assegurou.
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