Tomar: Concelhias do PSD e do PS anunciam fim da coligação na autarquia
As concelhias de Tomar do PSD e do PS anunciaram hoje o fim da coligação assinada pelas duas estruturas na sequência do resultado eleitoral das autárquicas de 2009 e que previa a partilha da gestão no executivo municipal.
A inviabilização na Assembleia Municipal de sexta-feira, por parte do PS, de uma alteração orçamental que previa a inclusão nas contas da autarquia da dívida de 6,5 milhões de euros resultante do acordo com a Parque T, constituiu o culminar de um desfecho previsível, segundo fontes dos dois partidos.
No final da Assembleia Municipal, o PS reuniu a sua comissão política, que votou favoravelmente a rutura com o PSD, tendo este partido divulgado hoje um comunicado dando conta igualmente do fim da coligação.
José Delgado, presidente da concelhia social-democrata de Tomar, disse à agência Lusa que a decisão hoje anunciada há muito estava tomada, já que a atual concelhia “não se revia” no acordo assinado pela anterior direção, convicção reforçada com “as posições” dos socialistas na câmara e na assembleia municipal.
A presidente da concelhia socialista de Tomar, Anabela Freitas, referiu à Lusa as divergências que ficaram patentes desde o início em relação a questões – como o “negócio ruinoso” com a Parque T, o mercado e a própria gestão do executivo e dos serviços municipalizados - que no seu entender deveriam ter merecido da parte da força maioritária o esforço de “fazer a ponte”.
Para José Delgado, nunca deveria ter sido feito um acordo “sem definir as responsabilidades e os limites das responsabilidades”, acusando o PS de nunca ter trabalhado em conjunto e de ter assumido uma postura “leviana”.
Com o fim do acordo, terá de existir uma redistribuição dos pelouros municipais, uma vez que os dois vereadores do PS eram responsáveis pelas áreas do Urbanismo (José Vitorino) e dos Bombeiros e Proteção Civil (Luís Ferreira, que anteriormente perdera já os pelouros da Cultura e Turismo).
Por outro lado, o elemento do PS que integra o conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, Anabela Estanqueiro, abandonará igualmente o seu cargo de vogal.
O PSD passa a gerir o município em minoria, já que detém apenas três dos sete mandatos do executivo municipal.
Nas autárquicas de 2009, PSD venceu com maioria simples (34,96 por cento), ficando com três eleitos no executivo, tendo os restantes quatro sido conquistados pelo PS (com 20,89%, dois mandatos) e pelos Independentes por Tomar (outros dois, 19,99%).
Anabela Freitas assegurou que o PS irá fazer uma “oposição responsável”, já que a situação do concelho “é de tal forma gravosa que todos têm de remar para o mesmo lado”.
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