sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Política

Presidente da concelhia do PS do Cartaxo diz que entrada de um novo presidente trouxe “um impulso de esperança”, mas que ficou seriamente abalado com “alguma falta de humildade democrática” de Paulo Varanda
O presidente da concelhia socialista do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, disse à agência Lusa que o “capital de confiança” no actual presidente do município ficou “seriamente abalado” com declarações deste a propósito da candidatura ao próximo mandato autárquico.
O dirigente do PS cartaxense considera que as declarações de Paulo Varanda - o independente que sucedeu a Paulo Caldas (eleito pelo PS) quando este renunciou ao cargo, há um mês -a um jornal local, de que vários presidentes de junta lhe terão dito que Pedro Ribeiro não tenciona candidatar-se à presidência da autarquia, constituem “um retrocesso” no ambiente de cordialidade que se havia estabelecido entre as estruturas do partido e os eleitos no executivo.
“Parece haver uma linha de continuidade com o que existiu até agora”, afirmou, numa alusão às relações conturbadas com Paulo Caldas, eleito pelo PS presidente da autarquia desde 2001 e com militância suspensa desde 2010 (ano em que entregou o cartão do partido).
Ouvido pela agência Lusa, Paulo Varanda afirmou que não pode ser entendido da sua resposta a uma pergunta de um jornalista, sobre se em 2013 haveria “dois galos a correr para um mesmo poleiro”, a interpretação que está a ser dada, lamentando “este tipo de ataque” e assegurando que nunca haverá da sua parte uma postura de “fractura”.
Afirmando não ver “razão para polémica, antes pelo contrário”, Paulo Varanda afirmou que qualquer tipo de esclarecimento da sua parte não será feito na praça pública, mas sim “em sede própria e em tempo oportuno”.
Pedro Magalhães Ribeiro disse à Lusa que a entrada em funções de um novo presidente trouxe “um impulso de esperança”, que ficou seriamente abalado com “alguma falta de humildade democrática” por parte de Paulo Varanda, que ao não ter clarificado até agora a sua declaração revela que esta foi não uma afirmação infeliz, mas antes “propositada”.
Para Pedro Ribeiro, este não é momento para discutir quem será o candidato do partido às eleições de 2013, decisão que remeteu para o último trimestre de 2012, sublinhando que é urgente “passar da palavra à acção” e resolver os graves problemas com que o concelho se defronta.
Em particular referiu o valor de uma dívida nunca antes atingida – que Paulo Caldas admitiu rondar os 40 milhões de euros e que a oposição garante ser superior aos 50 milhões -, o elevado desemprego, a concretização das áreas de localização empresarial, as questões de segurança, reabilitação dos espaços verdes, o cumprimento dos protocolos com as freguesias e as colectividades.
A concelhia socialista promove este sábado a sua segunda convenção autárquica, reunindo todos os eleitos do PS e independentes que se identifiquem com o partido numa ação de “reflexão e formação” que incidirá na participação dos cidadãos na vida autárquica e na reforma proposta pelo Governo para a administração local.
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