sábado, 5 de novembro de 2011

Certames

Vila da Golegã “vive” o S. Martinho
Em vésperas de S. Martinho, a pacata vila ribatejana da Golegã agita-se num movimento incessante, onde o cavalo domina, cruzando tradição com negócio, naquele que é considerado o maior entreposto e maior montra do cavalo em Portugal.
“As pessoas encontram aqui o coabitar do passado com o presente. Vêm ver, no fundo, o modo de montar a cavalo e a equitação tradicional portuguesa, mas também a modernidade”, em particular a vertente desportiva, sublinha o presidente da câmara municipal da Golegã.
Veiga Maltez, o médico e também criador de cavalos que faz questão de, por estes dias, trajar a rigor, preside igualmente a um evento que junta a Feira de S. Martinho, uma tradição que remonta a 1571, a Feira Nacional do Cavalo (iniciada em 1972) e a Feira Internacional do Cavalo Lusitano (desde 1999).
O triplo certame – que, simplificando, se instituiu chamar Feira da Golegã – começou sexta-feira, tendo o seu ponto alto no próximo fim de semana, coincidindo com a celebração do S. Martinho.
A pacata vila enche-se de carros, barraquinhas de venda de todo o género de produtos (com destaque para os da fileira do cavalo), restaurantes improvisados em pátios e garagens, o fumo e o cheiro das castanhas assadas, pessoas, mas, sobretudo, cavalos, muitos cavalos, num passear incessante.
O movimento flui em direcção ao Largo do Arneiro, ornado com as casetas dos criadores, com a manga ao centro contornando o picadeiro central que recebe as inúmeras provas desportivas equestres agendadas para estes 10 dias e que vão dos concursos de saltos de obstáculos, ao horseball, derbys de atrelagem, dressage, equitação à portuguesa.
“Tudo isso não existia e nas últimas décadas convive com a equitação tradicional portuguesa. Alguns até dizem, de forma depreciativa, que quem anda na manga são os ‘pica-pica’. Mas tudo coabita, porque todos fazem a festa”, disse Veiga Maltez à agência Lusa.
Para o autarca, é a diversidade que torna a feira da Golegã única, a ponto de os muitos visitantes espanhóis acharem que o que distingue esta feira das congéneres do país vizinho é o facto de ser uma verdadeira “romaria”.
Espanhóis, franceses, ingleses, alemães, holandeses, belgas e sul-americanos, sobretudo brasileiros, são cada vez mais visitas nesta altura do ano.
“Têm avidez de descobrir o cavalo puro-sangue lusitano, que está já instalado nos seus países, na sua terra mãe, e como a Golegã é o maior entreposto e a maior montra do puro-sangue lusitano têm necessidade de vir ver onde tudo se passa”, afirmou.
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