domingo, 20 de novembro de 2011

Saúde

António Andrade diz que sai de consciência tranquila do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo
A "degradação significativa" da situação financeira do Centro Hospitalar do Médio Tejo não abalaram o Conselho de Administração cessante que disse estar de "consciência tranquila", em hora da despedida.
O relatório de uma auditoria é crítico para com a gestão do Conselho de Administração (CA) presidido por António Andrade, em funções desde Outubro de 2007 e em gestão corrente desde Outubro de 2010.
A situação económica e financeira do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que congrega os hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes, tem vindo a degradar-se com os resultados líquidos em 2008 a terem um valor negativo de 23,2 milhões de euros e em 2009 de 24,1 milhões, continuando a subir desde então.
O relatório da auditoria financeira realizada pela Inspecção Geral de Finanças ao período de 2007 a 2010, datado de Julho último, considerava que o "péssimo funcionamento" da administração tornava "por demais urgente a nomeação de uma nova equipa".
O documento propunha que os novos gestores tivessem como prioridade "a elaboração de um plano de reorganização e racionalização dos serviços e a implementação de um eficiente e eficaz sistema de informação para a gestão e controle".
Em declarações à agência Lusa, poucas horas depois do Ministério da Saúde ter nomeado o engenheiro electrotécnico Joaquim Esperancinha para presidir ao novo CA do CHMT, António Andrade afirmou partir "de consciência tranquila com o trabalho realizado", tendo ainda considerado que "algumas críticas contidas no relatório são pertinentes, outras são mais injustas".
O administrador cessante, que afirmou "não ter a pretensão de fazer tudo bem nem querer contestar o relatório em si", justificou a "derrapagem" das contas com "problemas de ordem geral e comuns a outros hospitais EPE" e também a "questões que se prendem com a singularidade do CHMT", composto por três unidades hospitalares que distam 30 a 35 quilómetros entre si.
O relatório criticava ainda o facto de em mais de três anos de funções a anterior administração nunca ter aprovado nem implementado "medidas essenciais", revelando "uma incapacidade em funcionar em equipa", o que contribuiu "para a sua inaptidão em gerir eficiente e eficazmente" o centro hospitalar.
Para António Andrade, além dos "focos de tensão" que surgiram no seio do CA, a administração cessante não conseguiu ir mais além pela "pressão das forças autárquicas ligadas a cada uma das localidades e outras resistências à mudança".
O gestor destacou como "positivo" a fundação da primeira unidade de cuidados paliativos, as melhorias efectuadas nas instalações da maternidade e a criação de unidades de cuidados paliativos e intensivos, em Tomar e Abrantes, respectivamente.
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