segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Autarquias

Câmara de Ourém justifica passivo na empresa municipal OurémViva pela herança deixada por empresas municipais extintas
A maioria que governa a Câmara de Ourém (PS) justificou hoje a existência de um passivo de 1,2 milhões de euros na empresa municipal OurémViva pela herança deixada por três empresas municipais entretanto extintas.
Numa conferência de imprensa destinada a esclarecer as dúvidas e acusações feitas pela oposição PSD, que governou anteriormente a autarquia, "foi apresentado um documento técnico que desmonta tudo", disse hoje à Lusa o presidente da Câmara, Paulo Fonseca. Os socialistas garantem, por outro lado, que o aumento do passivo relativo ao primeiro semestre agora apresentado pela empresa municipal não é de 782.091, mas sim de 323.190 euros, sublinhando que em seis meses se assistiu a uma redução da dívida em 89.934 euros.
Após as eleições, a maioria liderada por Paulo Fonseca extinguiu a VerOurém, a AmbiOurém e o Centro de Negócios, criando uma só empresa municipal a OurémViva e, por isso mesmo, pode ler-se no documento hoje distribuído na reunião de Câmara, "não é correcto comparar o passivo da empresa (…) a 31 de Dezembro, (…) mas comparando com a soma das três empresas" em igual período.
No início do mês de Novembro, os social-democratas que, à frente da autarquia, haviam constituído as três empresas municipais, expressaram a sua preocupação com a OurémViva, caracterizando-a como "um quadro verdadeiramente assustador do estado financeiro e da gestão de recursos humanos".
Em comunicado, constatavam o aumento de funcionários e de gastos com pessoal, assim como do prazo de pagamento a fornecedores e perguntavam, "perante a situação calamitosa" qual seria o futuro da empresa municipal.
Hoje, a autarquia admitiu o aumento de funcionários e de gastos com pessoal, mas que este cenário "é maioritariamente justificado pela decisão do município em atribuir novas áreas de actividade à OurémViva", assim como pela transição de funcionários que eram da autarquia e que passam agora a ser pagos pela empresa municipal.
Quanto à dívida aos fornecedores, a autarquia lembra que os fundos de exploração da actual empresa municipal destinaram-se à liquidação de financiamentos bancários existentes na entretanto extinta AmbiOurém, "provocando um aumento de curto prazo nos saldos em aberto com fornecedores".
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