quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sociedade

Autarquia de Santarém quer acolher projecto piloto visando a colocação de militares da GNR nas Juntas de Freguesia
A Câmara de Santarém quer acolher um projecto piloto que visa colocar militares da GNR nas juntas de freguesia, criando uma rede de “grande mobilidade, visibilidade e proximidade” às populações, disse à agência Lusa o presidente da autarquia.
Francisco Moita Flores disse à Lusa que o comandante territorial da GNR de Santarém, coronel Corte-Real Figueiredo, lhe apresentou um modelo de acção “extremamente inovador e operacional”, que vai “muito além da visão tradicionalista de uma segurança à espera”.
Segundo disse o autarca, o modelo proposto permite uma “muito maior rentabilização de meios materiais e humanos”, permitindo “um policiamento de proximidade, muito mais activo, perto das pessoas e que permite à GNR responder com mais eficácia aos problemas das várias freguesias”.
Corte-Real Figueiredo disse à Lusa que o projecto está “em fase de planeamento, de maturação, de ouvir os interessados”, porque quer que as populações “o percebam e aceitem como uma ideia que pode ser uma boa solução em tempo de crise”.
Moita Flores reconheceu que “não é fácil” fazer perceber os ganhos do projecto num primeiro momento, já que a sua concretização passa pelo encerramento do actual posto existente na freguesia de Pernes e as pessoas vêem no edifício “um valor simbólico” mas que “não responde às necessidades das populações que serve”.
O modelo proposto por Corte-Real Figueiredo passa pela colocação de um militar da GNR nos edifícios das juntas de freguesia, tendo à sua disposição um computador, para registar queixas e dar andamento a inquéritos, e uma scooter para poder percorrer a freguesia, fazendo notificações e passando pelas escolas e pelas residências dos idosos identificados como vivendo isolados.
Por outro lado, de acordo com o modelo, as patrulhas em viatura, colocadas de forma a criar uma “malha” de cobertura do concelho, funcionam em articulação com estes militares, permitindo a chegada rápida a locais de eventuais ocorrências.
No caso de Santarém, a GNR possui um total de 38 agentes nos postos de Santarém e de Pernes, tendo, no primeiro caso, seis agentes em rondas ao longo do dia (num total de 22) e, no segundo, três (num total de 16).
No posto de Pernes, oito militares têm que prestar serviço no posto, cinco estão alternadamente em descanso, restando três para andar na rua, sendo que em Santarém essa proporção é de nove, sete e seis.
Eliminando a estrutura física em Pernes, a proporção passaria, segundo o modelo, para dez, dez, 18, duplicando o número de militares na rua.
Para Moita Flores, “é claro de ver que a mobilidade de guardas e patrulhas e a segurança é o que interessa às populações e não terem um serviço de plantão, que mostra autoridade mas não tem condições para a realizar”.
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