quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Saúde

Director do ACES do Zêzere preocupado com possível corte para contratação de pessoal médico e administrativo
O director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Zêzere teme que no futuro haja uma redução da qualidade dos serviços, a concretizar-se um corte de 60 por cento para contratação de médicos, enfermeiros e administrativos.
Fernando Siborro disse à agência Lusa que as instruções recebidas pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo vão nesse sentido o que implicará "dificuldades de funcionamento" em várias extensões de saúde naquele agrupamento, por falta de meios humanos.
O ACES do Zêzere engloba os concelhos de Abrantes, Constância, Ferreira do Zêzere, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha.
“A concretizar-se o corte de 60 por cento da verba que tem vindo a ser paga a uma empresa de prestação de serviços para contratação de médicos, enfermeiros e administrativos, há uma série de serviços que serão postos em causa na região até porque temos uma área geográfica muito grande, que está a funcionar só à base de médicos contratados”, explicou.
Segundo aquele responsável, “um número considerável de extensões de saúde poderão deixar de ter consultas médicas” por falta de meios humanos.
“Se a situação actual é grave, no próximo ano vai ser ainda mais difícil”, disse Siborro, observando que a concentração de meios “traz qualidade mas encontra no terreno problemas de mobilidade porque os trajectos da Rodoviária não se adequam às necessidades actuais”.
Na quarta-feira, o Conselho da Comunidade do ACES do Zêzere havia apelado à suspensão imediata da reorganização das unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde no ACES Zêzere, actualmente em curso, lembrando os problemas de mobilidade na região.
Em comunicado, a presidente do Conselho de Comunidade do ACES Zêzere, Maria do Céu Albuquerque, também presidente da Câmara de Abrantes, afirmou que a reorganização que se encontra em curso “enferma de um conjunto de pontos críticos”, nomeadamente no que respeita ao acesso às novas extensões de saúde pelos utentes residentes nas freguesias onde não existe uma rede de transportes públicos ou, onde existindo, não se revela adequada a esta nova realidade.
“Acresce referir que estas dificuldades se agravam pelo facto de estarmos perante populações em que os índices de dependência e envelhecimento são elevados pelo que uma reorganização desta natureza não poderá ser operada sem que esteja garantida a disponibilização de transportes públicos às populações”, vincou.
Fernando Siborro não participou nesta sessão de trabalho e que resultou numa moção aprovada por unanimidade, ao passo que o director executivo do ACES Serra D'Aire, que engloba os antigos Centros de Saúde de Alcanena, Entroncamento, Fátima, Ourém e Torres Novas, Pedro Marques, optou por sair da sala na hora da votação.
Em declarações à Lusa, aquele responsável afirmou não assumir o encerramento de qualquer extensão de saúde naquele ACES.
“Aqui não encerra extensão alguma, vamos é ter de gerir de acordo com os meios humanos disponíveis”, afirmou.
@Lusa
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