segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Saúde

CUSMT preocupada com possibilidade de encerramento de extensões de saúde
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) está “seriamente” preocupada com a possibilidade de serem encerradas algumas extensões de saúde no concelho de Abrantes e quer o “aproveitamento integral” das capacidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Em conferências de imprensa realizadas hoje em Torres Novas, Tomar e Abrantes, os responsáveis da CUMST reafirmaram que o cancelamento dos contratos de prestações de serviços com enfermeiros e administrativos vai colocar em risco o funcionamento de muitas extensões de serviços na região, o mesmo acontecendo com alguns serviços do Centro Hospitalar, se deixarem de existir profissionais, sobretudo médicos, para garantir a sua continuidade.
Manuel José Soares, porta-voz do CUSMT, disse à agência Lusa que os receios que têm vindo a ser manifestados pela comissão parecem concretizar-se, já que um dos pontos em agenda da reunião do conselho da comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) “Serra d’Aire”, agendada para o próximo dia 21, é precisamente a “avaliação” da situação das extensões de saúde em Abrantes.
No seu entender, esta questão significa o retomar da directiva que apontava para o encerramento das extensões com menos de 1.500 utentes.
“Estamos a viver um momento trágico e apreensivo para quem está doente”, disse, sublinhando que o encerramento dos serviços de proximidade de cuidados primários não tem em conta a deficiente rede de transportes, o aumento dos tempos de deslocação e de espera, com reflexos na produtividade dos cidadãos activos, quer dos que precisam de cuidados quer dos que têm que acompanhar familiares.
“Casos de doença simples de resolver passarão a casos críticos”, o que leva a um “aumento do sofrimento das pessoas e dos custos para o Serviço Nacional de Saúde”, disse.
Manuel Soares referiu ainda, além da falta de recursos humanos, os problemas com as frotas automóveis dos ACES, desconhecendo-se nomeadamente “quando chegarão as oito carrinhas para as Unidades Móveis” da região.
A CUSMT reafirmou ainda a urgência na nomeação de um novo conselho de administração para o Centro Hospitalar do Médio Tejo (que reúne os hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes), lembrando que o mandato do actual terminou em Outubro último.
“Tem-se verificado um agravamento crónico das condições financeiras, algumas especialidades vão perdendo capacidade de prestação de serviços face às sucessivas saídas de profissionais”, disse, lamentando o desaproveitamento da capacidade instalada e a descoordenação com os cuidados de saúde primários e continuados.
------------------------------------------------------------------------------------------------