quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ambiente

Câmara de Santarém lança terceira fase do projecto SOS Alviela
A câmara de Santarém lançou hoje a terceira fase do projecto SOS Alviela, dedicada à reabilitação do rio, numa cerimónia em que foi assinado um protocolo com a Universidade de Évora, que formaliza a parceria na preservação dos ecossistemas.
Maria João Cardoso, chefe da divisão de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da câmara municipal de Santarém, referiu o “trabalho pioneiro” que está a ser desenvolvido, envolvendo entidades públicas, como a autarquia, a Administração Hidrográfica (ARH) do Tejo, o SEPNA, as populações e a comunidade científica.
Lembrando a mortandade de peixes ocorrida em 2008, que desencadeou o projecto SOS Alviela, Maria João Cardoso sublinhou que hoje existem 1.500 pessoas envolvidas na adopção de 10 troços de rio (percursos de 500 metros nos rios Alviela e Maior).
“O grande objectivo é dar uma oportunidade aos cidadãos para irem junto de um recurso natural e valorizar o ecossistema, para poder ser um local para passar umas horas com os filhos, mas também para criar condições para que o ecossistema reequilibre”, disse.
Como exemplo apontou o trabalho feito, “a custo zero”, por alunos, professores, pais, população, autarcas e técnicos na ribeira da Póvoa das Mós, um sítio “pode hoje ser visitado e tem condições para o ecossistema se desenvolver”.
Lembrando que no início do projecto, há dois anos, havia uma “desarticulação” entre as entidades com competências quer na gestão quer na fiscalização, Maria João Cardoso lembrou o trabalho feito desde então, que levou, nomeadamente, à criação de um procedimento “pioneiro” de salvamento de espécies autóctones.
Esse trabalho teve uma forte componente de educação ambiental, com acções junto de escolas, populações e autarcas, acrescentou.
O protocolo hoje assinado com a Universidade de Évora visa a valorização e preservação dos ecossistemas naturais, formalizando uma colaboração que se vem desenvolvendo desde há um ano, afirmou.
Uma das acções previstas neste âmbito é a realização de workshops como o que vai acontecer no próximo dia 14 de Outubro, na Casa do Ambiente, em Santarém, sobre “construção de caixas de ninho para coruja-das-torres”, uma das espécies que precisam de ser” monitorizadas e protegidas”, acrescentou.
O presidente da ARH Tejo, Manuel Lacerda, disse à Lusa que esta instituição está a desenvolver um projecto piloto na bacia do Alviela, no contexto dos planos de bacia hidrográfica concluídos em Julho 2010, ao abrigo da Directiva Quadro da Água.
Segundo disse, as bacias piloto (a do Alviela e a do Almonda) vão ser objecto de “estudos muito aprofundados”, que permitirão a criação de um instrumento de gestão.
“Como aqui temos problemas de qualidade da água, de cheias, de descargas de ETAR e outras, precisamos ter um conjunto de modelos que permitam, quando vamos fazer uma acção, fundamentá-la”, de forma a que, “antes de emitir uma licença, dar uma autorização, emitir um parecer, exista um sistema de apoio à decisão que permita avaliar o impacto dessa acção e decidir em conformidade e de forma fundamentada”, disse.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------