segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Saúde

Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo considera grave corte acentuado para contratação de enfermeiros e administrativos no ACES “Serra d´Aire”
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo considera “grave” a informação de que o Agrupamento de Centros de Saúde “Serra d’Aire” vai ter um corte de 60 por cento para contratação de enfermeiros e administrativos.
O porta-voz da comissão, Manuel José Soares, disse à agência Lusa que a informação foi comunicada numa reunião realizada hoje com o coordenador daquele ACES, com o qual foi discutida ainda a situação dos cinco médicos costa-riquenhos que se encontram há meses à espera de autorização para começarem a dar consultas.
Segundo disse o porta-voz, a concretizar-se no quarto trimestre do ano o corte de 60 por cento da verba que tem vindo a ser paga a uma empresa de prestação de serviços para contratação de enfermeiros e administrativos, há uma série de serviços que serão postos em causa na região.
Manuel José Soares disse à Lusa que a informação hoje disponível é a de que os médicos da Costa Rica irão receber em breve as cédulas para poderem começar a dar consultas, correndo o risco de, depois, não terem enfermeiros nem administrativos, já que, a confirmar-se o corte, o ACES terá de dispensar “meia dúzia de enfermeiros e meia dúzia de administrativos”.
Manuel Soares lembrou que os médicos costa-riquenhos, que têm estado a receber salário, estão impedidos de consultar apenas por questões burocráticas – já que passaram nos testes técnicos e de língua portuguesa, mas não existia um protocolo entre os dois países reconhecendo as suas habilitações.
Sublinhando que existem várias situações preocupantes no Médio Tejo, tanto ao nível dos cuidados primários como no Centro Hospitalar do Médio Tejo, o porta-voz da comissão adiantou que, numa reunião agendada para o fim da tarde de hoje, vão ser preparadas algumas acções com vista à criação de um movimento de opinião.
Essas acções visam chamar a atenção para os custos que representa o desinvestimento nos cuidados primários, com o consequente sobre carregamento das urgências e dos serviços hospitalares, para já não falar do aumento dos tempos de espera e do agravamento do sofrimento para as populações.
“Uma coisa é cortar despesa, outra é cortar serviços”, disse.
A comissão vai convidar os deputados eleitos pelo distrito a estarem presentes nas acções que vai realizar em alguns locais, para identificação de casos concretos que põem em causa a prestação de serviços essenciais às populações, adiantou.
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