terça-feira, 20 de setembro de 2011

Autarquias

Vereadores da oposição na câmara do Sardoal contra aumento das tarifas de água no concelho
Os vereadores socialistas na Câmara de Sardoal afirmam que os aumentos da água e a introdução de tarifas fixas anunciadas pelo executivo de maioria PSD são “injustos e brutais”, defendendo uma proposta de suspensão dos aumentos agora em vigor.
Segundo os vereadores Fernando Vasco e Pedro Duque, os recentes aumentos da água em “mais de 30 por cento” e a introdução de tarifas fixas que produzem “aumentos de mais de 300 por cento” no valor a pagar “são injustos e são um atropelo de consequências sociais imprevisíveis”.
Os autarcas do PS dizem ainda em comunicado que os aumentos da água “são injustos na medida que vão prejudicar sobretudo quem, por força da idade, já não tem necessidade de gastar mais de 5, 10 ou mesmo 15 metros cúbicos mensais ou quem faz um esforço acrescido para poupar um bem que é escasso”.
Para a oposição socialista, os aumentos verificados “são reveladores da falta de qualidade na gestão da captação, consumo e distribuição da água” no concelho, assegurando que o problema tem a sua génese no dia em que o actual presidente da câmara assinou um contrato com as Águas do Centro.
“Segundo o contrato assinado entre as Águas do Centro e a Câmara do Sardoal era previsível que existissem actualmente perto de seis mil sardoalenses, quando temos perto de quatro mil. Alguém de bom senso acreditaria ser possível esta evolução demográfica desta grandeza no Sardoal?”, questionaram, defendendo a urgência da suspensão dos aumentos.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da autarquia, Miguel Borges (PSD), disse que os aumentos não são de 300 por cento, “ao contrário do que afirmam os vereadores da oposição”, reconhecendo, ainda assim, que as novas tarifas “vão para além” do que a autarquia gostaria de aplicar.
“Durante muito tempo este foi um dos municípios com a água mais barata do país e este aumento, não sendo uma medida popular, era obrigatória e mesmo assim ainda não vai suportar os custos que a autarquia tem com a água”, observou, assegurando “não ser verdade” que o aumento seja daquela ordem de grandeza, “como a população poderá verificar na respetiva facturação”.
Segundo Miguel Borges, o aumento do custo da água e das taxas de saneamento, a par da introdução de uma taxa fixa de 2,75 euros, é “acompanhado de medidas de apoio” que têm em atenção os idosos e as pessoas carenciadas.
“Em 2010, a autarquia gastou 275 mil euros à razão de 1,16 euros o metro cúbico de água e o prejuízo foi de 85 mil euros. Com esta medida, a população vai pagar cerca de 1 euro por metro cúbico e o prejuízo deverá ainda cifrar-se para a autarquia na ordem dos 30 mil euros”, observou.
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