sábado, 24 de setembro de 2011

Sociedade

Colocação de Pórticos no IC3 está prevista desde o lançamento da subconcessão do Pinhal Interior
A colocação de pórticos no Itinerário Complementar 3 (IC3) para cobrança de portagens está previsto desde o lançamento da subconcessão Pinhal Interior, em 2008, disse à agência Lusa fonte da Estradas de Portugal.
Segundo a empresa, o concurso deste IC foi lançado em 2008, tendo sido adjudicado no início de 2010, prevendo já a introdução de portagens.
A colocação recente de pórticos na zona do nó de acesso à Barragem de Castelo do Bode e junto à Asseiceira, num troço de cerca de 10 quilómetros no concelho de Tomar, foi recebida com “estranheza” pelos autarcas e pela Comissão de Utentes da A23.
O presidente da câmara municipal de Tomar, Fernando Corvêlo de Sousa (independente eleito pelo PSD), disse à agência Lusa que a autarquia nunca recebeu qualquer informação da Estradas de Portugal ou da secretaria de Estado das Obras Públicas sobre a introdução de portagens no IC3, tendo sido surpreendido com a colocação dos pórticos.
O autarca questionou se a introdução de portagens nesta via se vai cingir aos cerca de 10 quilómetros deste troço ou se se irá alargar até Condeixa, à medida que esta for sendo concluída.
Contudo, o caderno de encargos do concurso da subconcessão é claro quando refere o objectivo de concessão, projecto, construção, financiamento, conservação e exploração dos lanços do IC3, “com cobrança de portagem aos utentes, excepto para o tráfego local”.
A isenção faz-se pela própria localização dos pórticos (colocados após o nó de saída) entre lanços.
Corvêlo de Sousa disse à Lusa recear que a introdução de portagens na totalidade da via possa provocar o desvio de pesados para o interior da cidade o que, no seu entender, “seria dramático”.
O porta-voz da Comissão de Utentes da A23 disse à Lusa que a população foi “apanhada de surpresa” com a instalação dos pórticos.
“Queremos saber quais são os critérios, se será nos troços com quatro faixas, se só neste IC ou em todos os que foram concessionados, e já agora se também vão incluir as estradas nacionais concessionadas, como é o caso da EN2 entre Abrantes e Vila de Rei”, disse António Ferreira à Lusa.
A concessão, atribuída à Ascendi, vigora por um prazo de 30 anos, abrangendo o IC3, de Tomar a Coimbra, e o IC8, de Pombal a Vila Velha de Ródão, num total de 520,3 quilómetros (162,8 a construir, 134,3 a requalificar e 223,2 em exploração), num investimento total de 1,244 milhões de euros.
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