segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Empresas

Rodoviária do Tejo só entrega passes sociais escolares às autarquias que honrem a dívida existente
O presidente da Rodoviária do Tejo assegurou hoje que a empresa só entregará os passes escolares às autarquias que cheguem a acordo quanto à forma como vão honrar a dívida que, na área abrangida, ascende a 10,5 milhões de euros.
Rui Silva, presidente do Conselho de Administração da Rodoviária do Tejo, disse hoje que a dívida das autarquias à empresa, que passou de 3,5 milhões de euros em 2007 para 10,5 milhões no final do primeiro semestre de 2011, é “insustentável”.
Sublinhando que o peso das câmaras municipais no volume de negócios global da empresa é de 30 por cento, (chegando nas redes urbanas a passar os 55 por cento), Rui Silva adiantou que a empresa tem conseguido honrar os seus compromissos tanto com os colaboradores como com os fornecedores recorrendo cada vez mais à banca, mas, com as dificuldades no acesso ao crédito por parte das empresas, esta deixou de ser uma solução.
“É necessário que as câmaras municipais com a Administração Central arranjem uma solução. Não são os operadores de transportes que conseguem substituir a Administração Central no financiamento do serviço público”, afirmou.
Sem querer especificar quais as autarquias mais incumpridoras nem as que não honraram compromissos do passado, para não comprometer as negociações actualmente em curso, Rui Silva apenas afirmou que, nos casos em que não seja alcançado acordo, a empresa não entregará os passes escolares, tendo que ser as famílias a assumir esse custo.
Rui Silva declarou que a empresa tem “reforçado o trabalho de identificação de novas soluções para resolver as dívidas que se têm vindo a acumular”, identificando soluções e propondo planos de pagamento.
Por outro lado, lembrou que as autarquias têm à sua disposição as figuras de reequilíbrio e de saneamento financeiro, que lhes permitem regularizarem pelo menos parte das dívidas, situações que “não vale a pena adiar”.
O presidente da Rodoviária do Tejo afirmou o compromisso da empresa de não diminuir nem a qualidade nem os serviços prestados às populações, frisando que o alerta de hoje visa não apanhar desprevenidos os utentes que venham a ser confrontados com a necessidade de pagarem o título de transporte escolar.
“Vamos continuar, até ao limite, a tentar encontrar uma solução com as autarquias”, afirmou.
Para Rui Silva, além da questão da solução da dívida, é preciso procurar “formas inovadoras” de tornar os transportes públicos mais atractivos para as pessoas e sustentáveis no futuro, criando redes que passem por um reordenamento urbano e tenham também em conta outras instituições, como escolas e hospitais.
A Rodoviária do Tejo actua em quatro unidades – Santarém, Torres Novas, Leiria e Caldas da Rainha – e, segundo Rui Silva, em todas elas há “pelo menos um caso” em que poderá estar em causa a entrega dos passes escolares.
Segundo disse Rui Silva, mais de 80 por cento do valor em dívida diz respeito aos transportes escolares, frisando que as operadoras são obrigadas a um desconto de 25 por cento neste serviço imposto pelo Estado.
@Lusa
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