sábado, 25 de dezembro de 2010

Sociedade

Normalidade na freguesia de Casais ainda não está completa
O presidente da junta de freguesia de Casais, uma das mais afectadas pelo tornado que atingiu Tomar no passado dia 07, só agora começa a dormir sossegado, embora a normalidade ainda não tenha regressado por completo.
“Só esta noite dormi sem sonhar nisto”, disse Jaime Lopes à agência Lusa, frisando que, mesmo que com recurso a soluções provisórias, já não chove em nenhuma casa da freguesia.
As casas que ainda mantêm plásticos nos telhados são sobretudo de pessoas que ainda não chegaram a acordo com as suas companhias de seguros, outras são habitações mais antigas, para as quais não é fácil encontrar telhas que “casem”.
As outras estão telhadas, mas, sublinhou, têm só a telha colocada, porque falta “arrematar”, já que os pedreiros não têm mãos a medir.
As queixas de alguns moradores a órgãos de comunicação social não chegaram aos ouvidos de Jaime Lopes, que admite poderem existir barracões ou telheiros ainda destelhados, mas não habitações.
O autarca frisa que “ainda está muito por fazer”.
“Isto vai demorar uns meses bons”, adiantou.
Todas as habitações já têm luz eléctrica, mas falta ainda a iluminação pública, afirmou à Lusa, enquanto se despedia de um dos muitos piquetes da EDP que têm andado, “incansáveis”, a percorrer os lugares da freguesia.
“Os telefones é que estão muito atrasados”, queixou-se, não resistindo a comparar a actuação da PT à da protecção civil municipal, à qual não poupa críticas.
Fonte do Governo Civil de Santarém disse à Lusa que uma das lições a tirar do que aconteceu logo a seguir ao tornado é que os municípios vão ter que ser “pressionados” para terem os seus planos de emergência actualizados, até porque este tipo de ocorrências está a deixar de ser raro para passar a ser frequente na região.
Segundo Carlos Catalão, chefe de gabinete da governadora civil, no concelho de Ferreira do Zêzere a actuação da protecção civil municipal foi irrepreensível porque o plano está actualizado e a experiência adquirida com o tornado que afectou o concelho em 2009 permitiu uma resposta mais adequada.
Por outro lado, os cidadãos “devem assumir que são os primeiros agentes de protecção civil”, disse, frisando a importância de fazerem seguros que cubram este tipo de risco.
Questionado sobre a morosidade na prestação dos apoios prometidos em situações anteriores, Carlos Catalão disse acreditar que os procedimentos que permitirão accionar a conta de emergência, destinada a apoiar os que não têm seguros nem meios próprios para recuperar as suas habitações, serão agora mais céleres.
Quando ocorreu o tornado que afectou os concelhos de Santarém, Alcanena e Torres Novas, em 2008, “não havia legislação para estas situações, o que não acontece hoje”, disse, afirmando acreditar que a capacidade de resposta é agora mais rápida, mas mesmo assim nunca inferior a seis meses.
Já com as empresas, que contam com o apoio do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), a expectativa é que estejam “totalmente reconstruídas e a funcionar num prazo de 90 dias”, disse.
*Lusa
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