segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sociedade

Secretário de Estado da Administração Local apela às seguradoras para “pagar o que é justo” às vítimas do Tornado na região de Tomar
O secretário de Estado da Administração Local disse hoje que este não é o momento de regatear, mas de pagar aquilo que é justo às vítimas do tornado, apelando às seguradoras para que façam uma “avaliação justa”.
“O meu apelo é que o façam com justiça, porque esta não é altura de estar a regatear, nem de fazer nenhuma espécie de negócio. É altura de pagar aquilo que é justo e de fazer uma avaliação justa e fazê-lo rapidamente de modo a que as pessoas possam intervir e requalificar as suas habitações”, disse José Junqueiro.
O governante reconheceu que a habitação é a área que “exprime uma dimensão substantiva”.
José Junqueiro falava em Tomar após uma reunião com várias entidades na sequência do tornado que na terça-feira atingiu o concelho, provocando prejuízos estimados de 9,4 milhões de euros e danos em cerca de 400 casas.
Referindo também os danos em 300 habitações do concelho de Ferreira do Zêzere e “cento e poucas na Sertã”, José Junqueiro adiantou a existência de “uma conta de emergência que foi criada pelos governos civis de Santarém, Lisboa e Leiria e que funcionou para o Oeste”.
“A ideia é reforçar essa conta com Castelo Branco”, situação que “dependerá agora também da conversação com os governadores civis”, explicou, adiantando que, “de alguma forma, essa verba disponível tem um objectivo directo que é o das famílias que são totalmente carenciadas”.
“Quanto às outras habitações temos os seguros que vão cumprir a sua parte”, assegurou o governante, acrescentando estar a analisar a situação de proprietários de casas que têm responsabilidades bancárias.
O secretário de Estado agradeceu ainda a intervenção “pronta” das autoridades, que se revela seis dias depois do tornado, mas também da população: “Há um grande espírito de voluntariado e de inter-ajuda”, anotou.
Questionado sobre se o Governo pode garantir que não vai haver atraso no apoio às populações afectadas pelo tornado, ao contrário do que sucedeu há dois anos e meio com o mau tempo nesta região, José Junqueiro respondeu: “Não havia experiência nem enquadramento legislativo para essa matéria, o que já existe, o que permitiu aliás pagar essas verbas”.
José Junqueiro destacou que pagar rapidamente é o “objectivo” do Governo, que está convicto de que “isso pode acontecer”.
À pergunta sobre a necessidade de criar um fundo para estas situações, que ameaçam ser recorrentes, o governante declarou: “Quando um corpo está doente queixa-se e quando a natureza está doente também se queixa”.
“É preciso que os Governos dos vários países tenham bem consciência de que o problema ambiental se está a transformar numa realidade que os atingirá a todos e não haverá nenhuma estratégia de nenhum governo em nenhum país que possa dominar a natureza”, considerou.
Para José Junqueiro, “a prevenção é a melhor arma”, defendendo a necessidade de “pensar melhor as políticas de ambiente no planeta”.
*Lusa
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