segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Empresas

Resistejo quer contrair empréstimo para reforço de tesouraria
A Resitejo, Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo quer contrair um empréstimo de 500 000 euros para reforço de tesouraria, quando tem para receber dos seus clientes, maioritariamente autarquias, 5,5 milhões de euros.
Diamantino Duarte, administrador delegado da empresa que detém o aterro sanitário da Carregueira (Chamusca), onde são depositados os resíduos de 10 concelhos da região, disse à agência Lusa que o empréstimo de médio prazo tem por objectivo regularizar alguns pagamentos a fornecedores.
Segundo disse, a dívida a fornecedores, da conta corrente, ronda os 2 milhões de euros, devendo o empréstimo responder a necessidades que decorrem de dificuldades de tesouraria “normais nos meses de Dezembro e Janeiro”.
A principal fatia corresponde ao facto de uma das candidaturas feitas aos Programas Operacionais do Alentejo e do Centro para colocação de um ecoponto por cada 150 habitantes não ter sido aprovada, o que levou a que a empresa tivesse que assumir a totalidade do investimento nos municípios do Médio Tejo, disse.
Diamantino Duarte afirmou que, apesar do avultado valor em dívida à empresa, superior a 5 milhões de euros, sobretudo por parte de algumas autarquias, a Resitejo tem conseguido manter as “contas certas”, graças a um “grande esforço de contenção”.
“Se as câmaras municipais devedoras pagassem 50 por cento da dívida, ficávamos sem dívidas a fornecedores”, disse.
As maiores devedoras são as autarquias de Santarém (1,8 milhões de euros) e Torres Novas (700 mil euros), tendo os municípios de Constância, Ferreira do Zêzere, Tomar e Chamusca as contas praticamente em dia, afirmou.
A contracção do empréstimo terá de ser aprovada em assembleia-geral da empresa, agendada para dia 28, por maioria simples, tendo, até ao momento, apenas o município do Entroncamento deliberado ir votar contra.
Em comunicado, a câmara do Entroncamento, que tem em dívida cerca de 180 000 euros, afirma que deverão ser os municípios incumpridores a sofrer as consequências da dívida, devendo ser eles a contrair os empréstimos e pagar os respectivos juros.
Tomar aprovou a contracção do empréstimo, mas adverte que vai “reflectir” sobre a sua permanência na empresa.
Já o presidente da câmara municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, questionou, na assembleia municipal da passada sexta-feira, o modelo de gestão da empresa, em particular o facto de o peso do município, que é o que mais paga pela deposição do seu lixo em aterro, não se reflectir nos órgãos sociais (preside à assembleia geral).
O aterro da Resitejo entrou em funcionamento em Maio de 1999, tendo a empresa ainda em funcionamento uma central de triagem e instalados ecocentros nos municípios que integram a empresa (Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha).
Diamantino Duarte disse à Lusa que investimentos previstos, como o tratamento mecânico ou a central de valorização orgânica, terão de esperar por melhor oportunidade.
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