domingo, 6 de junho de 2010

Sociedade

E agora?!... Que futuro?...
O Jornal de Notícias, publica na edição de hoje um artigo, que leva a uma reflexão profunda sobre a situação social actual, originado pelo drama do desemprego o qual, é acentuado em várias regiões do país.
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160 mil desempregados à beira de um beco sem saída
(...)Entre os desempregados, há 160 mil pessoas que não trabalham há mais de dois anos, diz o INE. Poderão ser perto de 300 mil as famílias envolvidas. Quanto mais tempo passam longe do mercado de trabalho, mais difícil é lá voltar, dizem os especialistas.
Têm menos de 44 anos, pelo que não podem passar à reforma; completaram, na melhor hipótese, o 9.º ano na escola, ou seja, terão poucas qualificações; e, pelo menos no Norte, estavam numa fábrica antes de ir para o desemprego (no resto do país, estavam numa qualquer área dos serviços). É este o retrato do desemprego de longa duração, um dos maiores problemas do mercado de trabalho português, entendem especialistas em Trabalho como Luís Bento, professor da Católica.
Entre este grupo de desempregados, há um ainda mais grave, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) do primeiro trimestre do ano: o das pessoas que estão há mais de dois anos sem trabalhar. Porquê? "Quanto mais tempo estão fora do mercado de trabalho, mais difícil é lá regressar", resume Luís Bento.
O número destas pessoas tem disparado desde 2008, quando a começou a crise. Há dois anos eram 123 mil; agora são mais 37 mil. E, se o Norte continua a ter perto de quatro em cada dez pessoas nestas circunstâncias, já o Centro viu quase duplicar o seu número. Em compensação, em Lisboa baixou.
Voltar é no início
Aliado às baixas qualificações da esmagadora maioria dos desempregados de longa duração - apesar de já haver quadros dirigentes e altamente qualificados entre estas pessoas, diz Luís Bento - está o facto de uma boa parte rondar os 30 anos de idade. "Isso é que é preocupante", diz.
Encontrar saídas para estas pessoas é um desafio de resposta difícil. No imediato, entende Luís Bento, deve dar-se alguma protecção social que lhes permita viver (e não retirar apoios, nem em nome da descida do défice, entende); e depois, seguir uma série de medidas, como apoiar as micro empresas, as que mais empregos criam. "Deviam ter políticas públicas específicas e interlocutores próprios nos gabinetes ministeriais", defende. E incentivar trabalhadores e patrões a negociar, dentro de cada empresa, diz.
Em todo o caso, dos 592,2 mil desempregados oficiais, 305 mil (mais de metade) eram-no há mais de meio ano. Depois de nove meses no desemprego, diz o mais recente estudo coordenado pelo professor universitário António Dornelas, só um quinto dos desempregados sai do subsídio por ter encontrado trabalho.(...)
in Diário de Notícias – edição 06-06-2010
Jornalista: Alexandra Figueira
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