quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sociedade

Trabalhadores da IFM/Platex só aceitam acordo com “Investwood” após conhecerem plano de viabilização
Os trabalhadores da IFM/Platex de Tomar decidiram hoje em plenário que só aceitam voltar a negociar os seus créditos com a Investwood após conhecerem o plano de viabilização da empresa, disse à Lusa fonte sindical.
Segundo Aquilino Coelho, do Sindicato da Construção e Madeiras do Sul, os trabalhadores que hoje estiveram reunidos decidiram aguardar pela reunião com o grupo Investwood, prevista para o próximo dia 30 de Junho, para então decidir se aceitam ou não a proposta de pagamento dos salários em atraso e das indemnizações para os trabalhadores que já saíram, ou vão sair, da Platex.
Segundo o sindicato, os administradores do grupo Investwood, um dos proprietários da IFM/Platex, já demonstraram em reunião de Assembleia de Credores realizada a 26 de maio, o interesse em apresentarem um plano de viabilização e manutenção da actividade da empresa de Tomar.
O prazo dado pelos credores é de 30 dias e termina na próxima sexta feira, dia 25 de Junho.
Ainda segundo Aquilino Coelho, já existiram duas reuniões entre representantes dos trabalhadores e da administração da Investwood, nas quais foram feitas duas propostas para o pagamento dos salários e indemnizações, propostas essas que foram recusadas pelos trabalhadores.
“Achamos ainda insuficientes os valores que nos foram apresentados para pagamento das indemnizações aos trabalhadores que saírem da Platex e, por isso, só daremos uma resposta definitiva após conhecermos em detalhe quais são as condições negociais do plano de viabilização”, frisa Aquilino Coelho, salientando que aquilo que está principalmente em causa é o valor apresentado pela Investwood para o pagamento das indemnizações.
Segundo o sindicalista, a Investwood pretende retomar a laboração da IFM/Platex, mas apenas com 105 pessoas, escolhidas de entre os cerca de 200 trabalhadores que ainda têm vínculo à empresa.
Com laboração suspensa desde Abril de 2009, por falta de liquidez financeira para responder às encomendas, a IFM/Platex tem sido considerada uma empresa em situação económica “degradada” mas viável, tendo em conta a carteira de clientes que assegurava uma exportação da ordem dos 60 por cento.
Os trabalhadores têm desenvolvido numerosas acções de luta, tendo nomeadamente realizado concentrações frente aos Ministérios da Economia e do Trabalho e da residência oficial do primeiro-ministro.
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