quarta-feira, 9 de junho de 2010

Autarquias

Câmara do Cartaxo prevê saldar dívida a curto prazo à Ecolezíria
A Câmara do Cartaxo tem uma dívida de 980 000 euros junto da empresa que gere o aterro sanitário da Raposa (Almeirim), que tenciona saldar a curto prazo, disse o presidente da autarquia à agência Lusa.
Paulo Caldas (PS) disse à Lusa que a dívida à empresa foi incluída no empréstimo de 7 milhões de euros aprovado há 15 dias pela autarquia para a realização de Acordos de Regularização de Dívida com uma série de entidades, entre as quais a Ecolezíria.
O presidente da empresa, José Sousa Gomes, disse à Lusa que a empresa está a enfrentar sérias dificuldades devido aos atrasos nos pagamentos de dois dos seis municípios servidos pelo aterro da Raposa, sendo a situação do Cartaxo a mais gravosa e aquela que pode ser alvo de medidas punitivas.
Segundo disse, se a autarquia, cujo atraso nos pagamentos é de dois anos e meio, não apresentar uma solução até ao final do mês será impedida de depositar mais resíduos no aterro.
No caso do outro município devedor, Alpiarça, os valores e o tempo de atraso são menores, tendo a autarquia feito um acordo de pagamento com a empresa, estando a pagar tranches da dívida juntamente com as mensalidades atuais, disse.
A dívida do Cartaxo está a ser acrescida dos juros previstos (cobrados sempre que haja mais de 120 dias de atraso no pagamento), adiantou.
“Quando se atinge um atraso desta ordem e sem se vislumbrar uma solução, foi dado até ao fim do mês para regularizar a dívida. Caso contrário, o município será proibido de depositar mais resíduos no aterro”, disse Sousa Gomes, frisando que esta é uma situação prevista pela empresa.
“É bastante penalizador para o espírito de colaboração e solidariedade entre os municípios tomar uma posição destas, mas para a empresa é impossível sustentar esta dívida”, que está, nomeadamente, a criar problemas de tesouraria, afirmou.
Paulo Caldas disse à Lusa não perceber a razão desta tomada de posição ao fim de dois anos e meio e quando o município já comunicou à administração da Ecolezíria os procedimentos em curso para o acordo de regularização da dívida.
Sousa Gomes adiantou que, para ultrapassar as dificuldades criadas pela dívida, a Ecolezíria tem recorrido às reservas que se destinam à construção de uma nova célula a médio prazo, já que a atual tem um tempo de vida previsto de mais quatro anos.
Com 30 funcionários, a Ecolezíria é uma empresa de capitais maioritariamente públicos, integrando a Resiurb, com 51 por cento do capital, e o consórcio constituído pela Serurb e pela Solurb.
A Resiurb agrega os municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos.
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