terça-feira, 14 de junho de 2011

Sociedade

Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários reclama mais segurança na estação do Entroncamento
O Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários reclamou hoje por mais segurança na estação do Entroncamento, tendo defendido a necessidade urgente da REFER disponibilizar mais operadores de manobras para ajudar no atravessamento dos utentes.
Reunido esta tarde para análise e tomada de posição depois de um idoso ter sido colhido mortalmente no domingo por um comboio Alfa, alegadamente por não se ter apercebido da sua aproximação, aquele Sindicato afirmou à Lusa “lamentar” que os responsáveis pela REFER – Rede Ferroviária Nacional, nunca tenham dado atenção aos alertas e apelos feitos nos últimos anos.
“Todos os anos alertamos e apelamos a que se faça investimento nesta estação de modo a assegurar uma maior segurança aos milhares de utentes que a utilizam diariamente”, disse à agência Lusa João Azevedo, coordenador da direcção regional do Entroncamento do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF).
“Apesar de todos os avisos e de todos os acidentes mortais a estação do Entroncamento ficou sempre para trás em termos de investimento e reforço das condições de segurança”, observou, defendendo um reforço do número de operadores de manobras, que auxiliam os utentes a atravessar as linhas férreas.
“Esta estação é enorme, é cruzada por dezenas de linhas e comboios regulares, de alta velocidade e de mercadorias, tem diariamente milhares de utilizadores e só tem seis passadeiras para atravessar, três do lado sul e outras três do lado norte”, contou, criticando o facto da REFER ter apenas “2 ou 3” operadores de manobras no local.
“Não é escalado o número suficiente de operadores de manobras para assegurar a segurança dos utentes no atravessamento das passadeiras”, vincou, tendo lembrado os seis acidentes mortais ocorridos ali nos últimos dois anos.
“Só nos últimos dois anos morreram três pessoas na estação do Entroncamento e outras três em Riachos”, a poucos quilómetros de distância, “são demasiados acidentes e sempre pelos mesmos motivos”, observou.
João Azevedo defendeu a realização de todos os investimentos necessários e adequados para reduzir os riscos e aumentar as condições de segurança na estação do Entroncamento, nomeadamente a “contratação de mais operadores para o local ou a criação de passagens pedonais alternativas”.
Em declarações à agência Lusa, a governadora civil de Santarém, Sónia Sanfona, defendeu a necessidade de investimentos naquela estação que permitam minimizar os riscos de quem a utiliza.
“A estação do Entroncamento é das maiores do país, tem 11 linhas, e apresenta evidentes problemas de segurança, nomeadamente ao nível de acessibilidades, pelo que o investimento em passagens alternativas superiores ou inferiores é fundamental para que os utentes não tenham de fazer o atravessamento directo das linhas”, vincou.
A REFER rejeitou responsabilidades pelo acidente mortal ocorrido na estação do Entroncamento, garantindo que as condições de segurança estavam a funcionar e os avisos foram feitos.
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