Vereadores do PSD da Câmara de Abrantes criticam investimentos “megalómanos” no concelho
Os vereadores do PSD da Câmara Municipal de Abrantes, de maioria socialista, afirmaram hoje que o município está a “correr para o abismo” caso não reveja os investimentos “megalómanos” em curso.
No balanço de 18 meses de mandato, hoje apresentado pelos vereadores Santana Maia e Belém Coelho e pelos candidatos autárquicos do PSD que já desempenharam funções de vereador no actual mandato e que têm colaborado no trabalho da vereação, as críticas ao trabalho desenvolvido pela maioria socialista foram generalizadas.
“A segurança, ou a falta dela, na cidade, o processo da RPP Solar, em que a autarquia investiu um milhão de euros para nada, o centro histórico da cidade e os investimentos nos processos de regeneração urbana, milhões para a cidade, nada para as freguesias, a falta de acesso a cuidados médicos de saúde e os direitos espezinhados da oposição, reveladores de claustrofobia democrática”, foram algumas das críticas lançadas ao executivo socialista por Santana Maia.
“A orgânica municipal, as nomeações duvidosas e o acumular de aberturas e anulações de concursos, que só desprestigia a própria câmara, e o investimento de 13 milhões de euros no futuro Museu de Arqueologia (MIAA), um desastre anunciado”, foram outras situações sublinhadas.
“É preciso um travão nos projectos megalómanos e ruinosos e que fazem o município correr para o abismo”, defendeu Santana Maia, que acrescentou que o País “não está em condições de continuar a alimentar sonhos de grandeza, lançando obras para as quais depois não há dinheiro para pagar”.
O vereador Belém Coelho, por sua vez, defendeu a “suspensão imediata” do concurso para a construção do Museu, “reclamando por prudência tendo em conta a gravidade da situação económica” nacional.
“Tomou-se primeiro a decisão de construir o MIAA e pensou-se depois no resto. E se, por acaso, o estudo de viabilidade financeira, agora encomendado, não for favorável? Abandona-se o projecto, depois de gastar mais de milhão e meio de euros em projectos e mostras?”, questionou.
O centro histórico da cidade foi outra das preocupações dos autarcas do PSD, tendo Santana Maia afirmado que o mesmo tem conhecido um “processo de definhamento que se traduz em perda de pessoas e de funcionalidades e na morte lenta do comércio” tradicional.
Também a previsão do arranque do empreendimento RPP Solar, objecto de sucessivos adiamentos, tem suscitado dúvidas junto dos autarcas quanto à sua concretização.
Os vereadores defenderam ainda que o Ministério Público investigue todo o processo RPP Solar “para cabal esclarecimento”, tendo considerado que a autarquia “não acautelou os seus interesses, ao não impor no protocolo a possibilidade de reversão do terreno”, que comprou por um milhão de euros e vendeu depois por 100 mil euros à empresa de Alexandre Alves para esta criar a fábrica de painéis foto voltaicos no concelho.
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