sexta-feira, 17 de junho de 2011

Política

Vereadores do PSD da Câmara de Abrantes criticam investimentos “megalómanos” no concelho
Os vereadores do PSD da Câmara Municipal de Abrantes, de maioria socialista, afirmaram hoje que o município está a “correr para o abismo” caso não reveja os investimentos “megalómanos” em curso.
No balanço de 18 meses de mandato, hoje apresentado pelos vereadores Santana Maia e Belém Coelho e pelos candidatos autárquicos do PSD que já desempenharam funções de vereador no actual mandato e que têm colaborado no trabalho da vereação, as críticas ao trabalho desenvolvido pela maioria socialista foram generalizadas.
“A segurança, ou a falta dela, na cidade, o processo da RPP Solar, em que a autarquia investiu um milhão de euros para nada, o centro histórico da cidade e os investimentos nos processos de regeneração urbana, milhões para a cidade, nada para as freguesias, a falta de acesso a cuidados médicos de saúde e os direitos espezinhados da oposição, reveladores de claustrofobia democrática”, foram algumas das críticas lançadas ao executivo socialista por Santana Maia.
“A orgânica municipal, as nomeações duvidosas e o acumular de aberturas e anulações de concursos, que só desprestigia a própria câmara, e o investimento de 13 milhões de euros no futuro Museu de Arqueologia (MIAA), um desastre anunciado”, foram outras situações sublinhadas.
“É preciso um travão nos projectos megalómanos e ruinosos e que fazem o município correr para o abismo”, defendeu Santana Maia, que acrescentou que o País “não está em condições de continuar a alimentar sonhos de grandeza, lançando obras para as quais depois não há dinheiro para pagar”.
O vereador Belém Coelho, por sua vez, defendeu a “suspensão imediata” do concurso para a construção do Museu, “reclamando por prudência tendo em conta a gravidade da situação económica” nacional.
“Tomou-se primeiro a decisão de construir o MIAA e pensou-se depois no resto. E se, por acaso, o estudo de viabilidade financeira, agora encomendado, não for favorável? Abandona-se o projecto, depois de gastar mais de milhão e meio de euros em projectos e mostras?”, questionou.
O centro histórico da cidade foi outra das preocupações dos autarcas do PSD, tendo Santana Maia afirmado que o mesmo tem conhecido um “processo de definhamento que se traduz em perda de pessoas e de funcionalidades e na morte lenta do comércio” tradicional.
Também a previsão do arranque do empreendimento RPP Solar, objecto de sucessivos adiamentos, tem suscitado dúvidas junto dos autarcas quanto à sua concretização.
Os vereadores defenderam ainda que o Ministério Público investigue todo o processo RPP Solar “para cabal esclarecimento”, tendo considerado que a autarquia “não acautelou os seus interesses, ao não impor no protocolo a possibilidade de reversão do terreno”, que comprou por um milhão de euros e vendeu depois por 100 mil euros à empresa de Alexandre Alves para esta criar a fábrica de painéis foto voltaicos no concelho.
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