Seis meses depois do tornado que afectou os concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã, apenas o apoio ao abrigo do Fundo de Emergência Municipal foi concretizado.
O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) ainda não abriu as candidaturas à anunciada linha de crédito que iria apoiar as empresas afectadas e os particulares esperam ainda saber se são ou não apoiados e em que montante.
Céptico, o presidente da câmara municipal de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes, disse hoje à agência Lusa ter dúvidas de que estes apoios venham a ser concretizados.
Fonte do Governo Civil de Santarém disse à Lusa que, no caso do IAPMEI, apesar dos Ministérios da Administração Interna e da Economia terem emitido o respectivo despacho, o mesmo não aconteceu com o Ministério das Finanças, o que mantém o processo parado.
Quanto aos particulares, adiantou que o levantamento das situações foi feito, sendo o próximo passo a notificação às pessoas que não serão apoiadas no âmbito da Conta de Emergência anunciada após a calamidade natural que atingiu os três concelhos, danificando um total de mais de 800 habitações.
A fonte adiantou que foram excluídas as residências consideradas segunda habitação.
Jacinto Lopes disse à Lusa que “99,99 por cento das situações estão resolvidas, independentemente de as pessoas virem ou não a ser ressarcidas” das verbas gastas com as reparações das suas habitações.
Mostrando-se céptico quanto à concretização dos apoios prometidos, dada a situação actual e a mudança de Governo, o autarca afirmou só não estar mais preocupado porque não há muitas empresas afectadas e as que sofreram danos já resolveram as situações, que não implicaram montantes muito elevados.
O presidente da câmara municipal de Tomar, Fernando Corvêlo de Sousa, disse à Lusa que, no que toca às intervenções do município, que são de pouca monta, estão em fase de lançamento de concurso.
Quanto ao Jardim Escola João de Deus, a associação candidatou ao fundo de emergência a parte que não estava coberta pelo seguro, não existindo ainda despesa porque o concurso demorou, adiantou.
Segundo o autarca, a maioria dos telhados das habitações foi coberta com os apoios da autarquia e das contas de solidariedade, aguardando os particulares a abertura da conta de emergência para receberem a parte que tiveram que pagar.
Os apoios aos municípios foram concretizados em acordos assinados a 07 de Fevereiro com a Secretaria de Estado da Administração Local, que comparticipou em 60 por cento das despesas não cobertas pelos seguros, num total de 1,6 milhões de euros para os três concelhos – Sertã (537,2 mil euros), Tomar (371,5 mil euros) e Ferreira do Zêzere (90,4 mil euros).
*Lusa
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