Abrantes: Antigo mercado municipal convertido em espaço cultural
Encerrado pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em 2010, o antigo mercado municipal de Abrantes foi convertido no espaço cultural ‘Mercado Criativo’, substituindo as bancas de peixe e hortícolas por ateliers de pintura, livrarias e artesanato.
O espaço, hoje inaugurado nas comemorações do Dia da Cidade, vai estar aberto todos os dias, a partir da tarde, e destina-se a jovens empresários e criativos que o queiram aproveitar para divulgar os seus serviços ou produtos.
Na antiga banca de peixe, que durante mais de oitenta anos foi palco dos pregões das vendedeiras, Susana Rosa, artista plástica, instalou o seu atelier de pintura.
“É um espaço original para instalar indústrias criativas que se querem autosustentáveis”, contou à Lusa, dando conta que doravante, naquele espaço, os seus trabalhos “poderão ser apreciados e também comercializados”.
A artista plástica afirmou-se “entusiasmada” com o projecto, assegurando que irá ministrar uma variante de actividades no local, como aulas de pintura e workshops temáticos dirigidos a públicos específicos.
Ana Sousa Dias, da Alma Lusa, marca que edita objectos e produtos originais criados por designers portugueses, decidiu instalar-se em Abrantes e “aceitar o desafio” lançado pela presidente da autarquia, ocupando agora uma das antigas bancas de venda de frutas e hortícolas.
“Este é um projecto que vale pelo empenho e criatividade de cada um e decidi aceitar este desafio para me associar à emancipação das famílias e dos criativos e empreendedores em geral”, contou à Lusa a responsável pela marca, cujos produtos percorrem várias escalas e universos, de materiais, de usos e preço.
“Os portugueses são fantásticos em ideias mas têm alguma dificuldade em concretizá-las”, observou, tendo manifestado a intenção de promover sessões de trabalho com todos os artesãos de modo a “maximizar o trabalho feito na região e rentabilizar processos de fabrico”.
A ‘Praça dos Sabores’, assim se designa o espaço ocupado pela Tagus – Associação para o Desenvolvimento do Ribatejo Interior, concentra, mostra, divulga e comercializa os produtos da região, como compotas, queijos, enchidos, azeite, mel e vinhos, numa lógica de “ponto único onde se pode encontrar tudo o que bom se produz no Médio Tejo”, contou à Lusa o responsável da associação, Pedro Saraiva.
Uma livraria da localidade espalhou ainda os seus livros pelas antigas bancas das flores e dos legumes do novo ‘Mercado Criativo’, conferindo ao espaço um ambiente cosmopolita e animado por saxofonistas de ocasião.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da câmara de Abrantes, destacou à Lusa a “importância de devolver à cidade” um espaço que durante oito décadas funcionou como mercado municipal e que “faz parte do imaginário dos habitantes” da localidade.
“É um novo espaço, com um novo conceito e que permite criar condições para o desenvolvimento da economia local, dos nossos artistas, agricultores e empresários”, referiu, sublinhando a aposta numa “lógica do fomento do empreendedorismo com base na criatividade”.
*Lusa
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