sábado, 7 de janeiro de 2012

Sociedade

Bombeiros Voluntários de Santarém queixam-se de discriminação por parte da autarquia 
 Os Bombeiros Voluntários de Santarém apresentaram na sexta-feira os resultados operacionais de 2011 para mostrar que a Câmara Municipal “está mal informada”, utiliza critérios para atribuição de apoios desatualizados e anuncia cortes em verbas que não paga. “Reduzir 30 por cento de zero é igual a zero. Até podia ser 100 por cento que o resultado era igual”, disse o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santarém (AHBVS). Diamantino Duarte reagia a declarações do vereador com o pelouro da Proteção Civil, António Valente, que anunciou cortes de 30 por cento nos protocolos que a autarquia mantém, desde 1996, com os bombeiros voluntários do concelho. O presidente da AHBVS afirmou que a Câmara Municipal de Santarém deve à corporação 185.000 euros, pois deixou de transferir as verbas previstas no protocolo desde maio de 2010 e as relativas ao equipamento das instalações inauguradas em 2007 estão com um atraso de oito meses. Ouvido pela agência Lusa, o vereador António Valente negou qualquer atraso nas transferências relativas ao empréstimo para equipamento e refutou categoricamente qualquer tipo de discriminação da autarquia em relação aos voluntários de Santarém. Reconhecendo que a autarquia tem em atraso os pagamentos relativos aos protocolos, o autarca lamentou que os responsáveis dos BVS não tenham dito nada sobre o facto de outras corporações terem recebido algumas verbas em 2011. “A Câmara Municipal pauta-se pelo bom relacionamento com todos. Lamento que alguns insistam em ver de forma enviesada e dependendo do local onde estão”, afirmou. Diamantino Duarte afirmou que os Bombeiros Voluntários de Santarém foram responsáveis por 30 por cento de todas as ocorrências registadas em 2011 no concelho, um valor semelhante ao dos Bombeiros Municipais e superior ao de cada uma das outras duas corporações de voluntários – Alcanede e Pernes. De acordo com o balanço da atividade em 2011, apresentado na sexta-feira ao fim da tarde pelo comandante dos BVS, Paulo Santos, a corporação respondeu a cerca de 6.500 alertas em 2011, 1.200 dos quais para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), de que são reserva. Com um orçamento de 500.000 euros/ano, 2011 foi um ano “extremamente difícil” e “só possível de manter graças ao apoio de alguns amigos e aos diretores por vezes suportarem despesas com os seus próprios rendimentos”, disse Diamantino Duarte. O presidente da AHBVS frisou a “gestão exemplar” que permite aos BVS terem “uma situação estável”, com ordenados e pagamentos ao Estado em dia e dívidas a fornecedores na ordem dos “30.000 a 35.000 euros”. Com um quadro de 136 pessoas, 44 das quais no ativo (a que se deverão juntar mais 15 atuais estagiários até ao verão) e 20 assalariados, e um bom nível de veículos e equipamentos – apenas as ambulâncias precisam de renovação -, a AHBVS tem, segundo o comandante da corporação, Paulo Santos, apostado “fortemente na formação”.
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