quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Saúde

Delegação do PCP reuniu com administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo
O secretário-geral do PCP disse hoje que o plano de reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) "é bom no papel mas entra em contradição com as políticas gerais" do Ministério da Saúde. Jerónimo de Sousa, que hoje esteve reunido em Torres Novas com o Conselho de Administração (CA) do CHMT e onde visitou o hospital local, disse aos jornalistas que o plano de reestruturação daquele centro hospitalar, que engloba ainda os hospitais de Abrantes e Tomar e apresenta uma dívida acumulada de 160 milhões de euros, lhe causou um "misto" de sentimento. "Um misto de sentimento porque, segundo referido pelo CA, a manutenção das três unidades hospitalares parece ser uma questão garantida, o que é bom", afirmou, tendo observado existir uma "contradição entre as intenções declaradas e a política geral" do Ministério da Saúde. "Quando vemos as mais recentes medidas tomadas pelo Ministério da Saúde, como as taxas moderadoras, as 40 mil cirurgias adiadas ou a situação caótica que se observa em algumas urgências, leva-me a concluir que o que são declarações de intenção ou conceções teóricas, colidem depois com a realidade. E a realidade tem de ter como elemento central os utentes do Serviço Nacional de Saúde", vincou. Jerónimo de Sousa manifestou a sua preocupação relativamente à dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, numa região onde cerca de 260 mil utentes são servidos por três hospitais que distam 30 quilómetros entre si, lembrando o aumento das taxas moderadoras e a introdução de portagens na A23. O projeto de recuperação e viabilização económica "estará bem no papel, pela perspetiva de assegurar o futuro das unidades hospitalares", reforçou o dirigente comunista, mas ainda está a "faltar uma resposta clara em relação às consequências sociais e ao impacto destas transformações" na vida das pessoas. "A situação de acesso a cuidados primários no distrito de Santarém é dramática e qualquer encerramento que se viesse agora a verificar viria a acrescentar dificuldades onde elas já existem", defendeu. O novo Conselho de Administração (CA) do CHMT, que engloba as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, anunciou a 17 de janeiro um plano de reorganização das urgências e a concentração de serviços como algumas das medidas consideradas "fundamentais" para ultrapassar, num prazo de três anos, a situação de falência técnica daquele Centro Hospitalar.
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