terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Justiça

Autarcas lamentam anunciado encerramento de tribunais no distrito
Os autarcas de Alcanena, Ferreira do Zêzere e Mação lamentam o anunciado encerramento dos tribunais locais, sublinhando que essa medida penaliza as populações, retirando-lhes mais um serviço de proximidade. “Só posso perguntar o que querem fazer do interior do país”, disse à Agência Lusa o presidente da Câmara de Mação, Saldanha Rocha (PSD), confessando que a sua primeira reação é de “estupefação”. Para a presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira (PS), o espanto começa a propósito da forma como a medida foi conhecida – pela comunicação social – e passa pelos critérios que têm em conta o número de processos “e não a sua complexidade”. Jacinto Lopes, presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere (PSD), lamenta sobretudo que a autarquia não tenha sido ouvida neste processo ou, pelo menos, a primeira a ser informada. “É triste sabermos através da comunicação social. As populações até têm dificuldade em acreditar que não sabíamos”, disse à Lusa, sublinhando compreender que possa ter que haver cortes, mas frisando que tudo fará para que os seus munícipes não sejam privados de mais este serviço de proximidade. Saldanha Rocha lamentou que se “castigue quem já é castigado”, obrigando as populações a deslocações e custos acrescidos e retirando da vila mais um serviço que ainda ia animando o comércio local, sobretudo a restauração. “O senhor primeiro-ministro pediu aos portugueses ideias. Eu dou-lhe uma grande ideia: não feche o tribunal de Mação. Peço-lhe que reflita”, disse o autarca, confessando-se “muito desiludido, farto e cansado” da luta de “David contra Golias” em defesa do que os munícipes ainda vão tendo. “Nas campanhas [eleitorais] dizem que as pessoas estão primeiro, mas não estão e isso vê-se no dia a dia”, afirmou, apelando a que se corte “realmente nas gorduras, como os benefícios que cada governante vai usufruindo”. Fernanda Asseiceira lamentou, por seu turno, que o Ministério da Justiça não se tenha sequer dignado a responder ao pedido de reunião que fez em setembro último – para saber se as melhorias previstas para o tribunal local, que contariam com o apoio da autarquia, avançam ou não -, tal como não deu a conhecer “esta maldade”. De acordo com a proposta do novo mapa judiciário, o distrito de Santarém pode vir a perder os tribunais de Alcanena, Ferreira do Zêzere e Mação.
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