terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Empresas

Autarquia de Coruche tenta convencer Tegael para entrar em layoff em vez de encerramento
O presidente da Câmara de Coruche tem vindo a fazer contactos no sentido de convencer a Tegael, maior empregador privado do concelho, a enveredar pelo layoff como forma de aliviar os custos fixos até haver uma recuperação do mercado. Dionísio Mendes disse hoje à agência Lusa que falou já com a Segurança Social, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e com os sindicatos para avaliar a possibilidade de se avançar para o layoff, uma matéria que vai propor à administração da Tegael numa reunião que solicitou para quarta-feira. Contudo, fonte da empresa garantiu à Lusa que a decisão de encerrar no prazo de um ano é irreversível. No seu entender, o recurso ao layoff “não resolve um problema que é de médio e longo prazo” e que tem a ver com a redução das encomendas num setor, o das infraestruturas, que está em recuo. Afirmando compreender a atitude “muito nobre” do presidente da Câmara Municipal de Coruche, que se tem multiplicado em “propostas e iniciativas que visam diminuir os despedimentos” no seu concelho, e reconhecendo que o encerramento da Tegael representa “um drama local”, a fonte sublinhou que “não vale a pena tapar o sol com a peneira”. Frisando que a decisão de encerrar a empresa “é um assunto que está a ser estudado há muito tempo”, a fonte afirmou que a forma como o processo está a ser conduzido – com a criação de uma comissão para cessação da atividade – revela “sensibilidade” e “respeito pelos trabalhadores”. A preocupação, disse, é garantir que os contratos em curso são finalizados e que os salários continuam a ser pagos ao fim do mês, estando a ser comunicado aos trabalhadores que “pelo menos 150 poderão ser reafectados” a outras unidades do grupo. A maioria do capital da Tegael, empresa de infraestruturas de eletricidade, gás e telecomunicações, que tem entre os seus clientes empresas como a EDP, a Refer e a TMN, foi adquirida em março de 2011 pela Telcabo. Em dezembro, a empresa fez um despedimento coletivo de 70 dos seus cerca de 400 trabalhadores, a que se juntaram posteriormente mais 20. A fonte negou que a intenção desta aquisição tenha sido liquidar uma empresa concorrente num mercado em retração. “Não é engenharia financeira. Infelizmente é um caminho triste que muitas empresas no país vão percorrer”, disse. Para Dionísio Mendes, o recurso ao layoff (que implica a suspensão temporária do posto de trabalho, pagando a Segurança Social 70 por cento do valor do salário, de forma a permitir a recuperação da empresa) permitiria à Tegael aliviar os custos fixos e ganhar algum tempo até à recuperação do mercado. Segundo o autarca, o próprio IEFP já manifestou disponibilidade em proporcionar formação aos trabalhadores durante esse período. “Infelizmente a administração (da Tegael) não tem mostrado vontade”, disse. O Sindicato das Indústrias Elétricas tem também agendada para hoje à tarde uma reunião com a administração da empresa.
--------------------------------------------------------------------------------------