quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Autarquias

Moita Flores “chocado” com anúncio de encerramento da unidade de produção de cerveja da Unicer em Santarém 
O presidente da Câmara Municipal de Santarém disse estar “em choque” perante a decisão anunciada hoje pela Unicer de encerrar, em março de 2013, a unidade de produção de cerveja instalada no concelho. “Acabo de saber de uma forma que me deixa chocado, triste, dececionado, desta decisão, que terá todos os seus critérios de gestão bem definidos e bem claros, mas é um choque para o concelho de Santarém”, disse Francisco Moita Flores, no final de uma reunião com o presidente da Unicer. À saída do encontro, que terminou cerca das 20:00, Pires de Lima remeteu para o comunicado já emitido pela empresa e para uma declaração que fará ou sexta ou segunda-feira. Moita Flores disse estar ainda “a digerir” a informação que lhe foi transmitida por Pires de Lima, sublinhando que as “duas primeiras palavras” que lhe vieram à mente foi “choque e deceção”. O autarca disse ter sido informado de que se manterá em Santarém a produção de refrigerantes e a unidade de logística da empresa, representando a decisão hoje anunciada “uma quebra de emprego de 50 por cento”. Por outro lado, foi informado de ter sido comunicado aos trabalhadores que “teriam condições especiais para se deslocarem para outras empresas ou para serem garantidas condições e direitos”. Moita Flores afirmou que a autarquia “sempre fez tudo” e “nunca dificultou nada” à empresa, sublinhando que as justificações avançadas pela Unicer “não têm a ver com a crise, apenas com critérios internos de gestão”. Segundo disse, manifestou a Pires de Lima o seu “profundo desagrado” pela forma “inopinada” como foi “apanhado por esta decisão, que é traumática” e que “desagrada e entristece profundamente”. Um dos trabalhadores da fábrica de Santarém disse à Agência Lusa que a decisão hoje anunciada pessoalmente por Pires de Lima “apanhou todos de surpresa”. Segundo disse, já lhes tinha constado que “alguma coisa má” ia acontecer na fábrica de Santarém, mas “ninguém estava à espera”. Para já os trabalhadores “não sabem o que vão fazer, não sabem quem vai, quem fica”, disse. A decisão hoje anunciada pela Unicer afeta 133 trabalhadores, 60 dos quais poderão candidatar-se a ir para outros centros de produção, sendo que o de Leça do Balio vai centralizar a produção e enchimento de cerveja. Para os trabalhadores que não se enquadrem neste âmbito, o grupo Unicer vai ter um “programa de apoio que integra uma compensação acima da definida legalmente e contempla um programa de ‘outplacement’ [ajuda à procura de emprego] e formação focados na empregabilidade”. A medida insere-se no anúncio de um investimento de 80 milhões de euros para reorganização industrial. A Unicer explica que o investimento de 80 milhões de euros na consolidação da operação de cervejas em Leça do Balio visa otimizar “a infraestrutura industrial da empresa na área das cervejas” e é “indispensável para a eficiência e competitividade”, bem como para a manutenção de mais de 1400 postos de trabalho diretos.
-------------------------------------------------------------------