sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Autarquias

Autarcas do distrito “surpreendidos” com as anunciadas medidas a aplicar pela Rodoviária do Tejo
Os presidentes das autarquias do distrito de Santarém alvo da advertência da Rodoviária do Tejo, de que poderá passar a cobrar aos alunos os títulos de transporte por alegado incumprimento dos acordos de pagamento à empresa, declararam-se hoje “surpreendidos”. Miguel Pombeiro, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, uma das seis visadas, disse à agência Lusa que havia já comunicado à empresa que a autarquia pagaria o único mês que tinha em atraso (dezembro), sublinhando que o valor atualmente em dívida é de 25.713 euros. “Se a empresa tem uma dívida das autarquias que ronda os 10 milhões de euros, a nossa dívida é da ordem dos 0,2 por cento desse valor”, disse, sublinhando que ou a Rodoviária do Tejo “explica os critérios porque escolheu estes seis municípios para fazer este ultimato ou teremos que procurar uma alternativa” à prestação deste serviço. O presidente da Rodoviária do Tejo, Rui Silva, disse à Lusa que os alunos dos municípios de Vila Nova da Barquinha, Cartaxo, Almeirim, Torres Novas, Nazaré e Bombarral correm o risco de ter que pagar o seu título de transporte já a partir de quarta-feira, porque os atrasos nos pagamentos destas autarquias são insustentáveis e os incumprimentos recorrentes. Também o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas disse à Lusa que o saldo deste município para com a Rodoviária do Tejo “é perfeitamente normal”, existindo um acordo de pagamento que está a ser cumprido. “A Câmara Municipal de Torres Novas fez recentemente um pagamento de 1,3 milhões de euros, que está a pagar ao banco, estando o saldo atual perfeitamente controlado”, afirmou António Rodrigues. Paulo Varanda, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, reconheceu que a autarquia falhou o plano de pagamento que havia acordado em novembro, mas sublinhou que em janeiro foi feito novo acordo, com os pagamentos definidos, pelo que foi “com surpresa” que viu o nome do concelho referido pela Rodoviária do Tejo. Fonte da Câmara Municipal de Almeirim disse à Lusa que a autarquia apenas tem em dívida a fatura de janeiro relativa aos transportes escolares, admitindo que possam existir outras verbas respeitantes aos transportes urbanos. A fonte adiantou que “a situação ficará esclarecida na próxima semana”. O presidente da Rodoviária do Tejo disse à Lusa que a empresa está a atingir uma situação limite e que as câmaras foram alertadas para que ia entrar em “tolerância zero”. O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP) disse à Lusa que um levantamento feito pela associação, autarquia a autarquia, concluiu que a dívida dos municípios para com os operadores de transportes é da ordem dos 60 milhões de euros. Luís Cabaço Martins adiantou que a ANTROP tem vindo a manter contactos com o secretário de Estado dos Transportes, a quem entregou esse levantamento, e com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para tentar encontrar uma solução.
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