quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Saúde

Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo questionou administração do CHMT sobre a anunciada restruturação
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) quer saber se são verdadeiras as informações que dão conta do futuro encerramento de uma ou duas das três unidades que constituem o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). A CUSMT questionou a nova administração do centro hospitalar na sequência de uma notícia veiculada pela Rádio Renascença e que dava como “quase inevitável” o encerramento de uma ou duas das três unidades do CHMT, de acordo com o novo mapa hospitalar que o Ministério da Saúde tem em estudo. Segundo o plano de reestruturação anunciado na terça-feira pelo novo conselho de administração do CHMT, a partir de 01 de março Abrantes passa a concentrar a urgência médico-cirúrgica, ficando os hospitais de Tomar e Torres Novas com urgências básicas, dotadas de viaturas de suporte imediato de vida e ambulâncias pré-hospitalares. A partir de fevereiro, Torres Novas fecha o Bloco Operatório (passando as cirurgias programadas para Tomar) e concentra a Pediatria, Tomar concentra a Otorrinolaringologia e Abrantes a Ortopedia e reabre o bloco Operatório da Maternidade. Segundo o presidente do conselho de administração do CHMT, Joaquim Esperancinha, o centro hospitalar tem uma dívida acumulada de 160 milhões de euros, 60 milhões dos quais a fornecedores, visando as medidas agora anunciadas, que passam ainda por uma redução drástica do pessoal dirigente, controlar o défice num prazo de três anos. Joaquim Esperancinha garantiu que o plano de reestruturação “não envolve despedimentos”. A Federação Distrital de Santarém do PS emitiu entretanto um comunicado apelando à “suspensão imediata” das decisões anunciadas e pedindo à administração do CHMT “que tome a iniciativa de se reunir com a Junta da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e com todos os presidentes de Câmara que dela fazem parte, uma vez que o que está verdadeiramente em causa é a reorganização dos Serviços de saúde do Médio Tejo e da qualidade de vida da sua população”. A distrital socialista afirma que a decisão “foi anunciada sem qualquer justificação aparente, nem foram indicados os critérios técnicos que conduziram a tal”, e lamenta que não tenham sido ouvidas as autarquias “cujos habitantes são vítimas deste processo”, apesar de Joaquim Esperancinha ter afirmado que o plano foi aprovado pelos autarcas dos três municípios. A distrital socialista adverte que se oporá “fortemente” a qualquer estratégia que passe pela privatização do Hospital de Tomar. Também em comunicado, a comissão política do PSD de Tomar afirma que irá contactar “de imediato o Ministério da Saúde, tendo em vista a suspensão urgente das medidas anunciadas e que, em simultâneo, permita o desenvolvimento de um novo plano, que potencie uma reestruturação equilibrada, que corrija os défices dos últimos anos e defenda os interesses do concelho de Tomar, em termos dos serviços de saúde”. A concelhia social-democrata de Tomar afirma reconhecer que “a gestão dos últimos anos foi desastrosa e que encaminhou a gestão do CHMT para uma situação extremamente gravosa que é necessário corrigir de imediato”, mas entende que “essa ação deve ser aferida e estruturada tendo em atenção as opiniões dos autarcas, instituições e população de Tomar”.
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