sábado, 28 de janeiro de 2012

Saúde

CUSMT rejeita plano de reorganização do Centro Hospitalar Médio Tejo 
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) rejeitou hoje o plano de reorganização anunciado para o centro hospitalar daquela região e defendeu que esse programa vem dificultar o acesso das populações aos cuidados de saúde. Num balanço hoje apresentado sobre as reuniões públicas realizadas nos últimos dias em Tomar, Abrantes e Torres Novas, cidades onde estão instaladas as três unidades hospitalares que compõem o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), o porta-voz da CUSMT, Manuel José Soares, afirmou que só com a coordenação e a melhoria de centros de saúde, hospitais e cuidados continuados é possível responder às necessidades das populações. Defendeu ainda a "utilização de toda a capacidade instalada". Segundo o plano de reestruturação apresentado pelo novo Conselho de Administração (CA) do CHMT, a partir de 01 de março, Abrantes passa a concentrar a urgência médico-cirúrgica, ficando os hospitais de Tomar e Torres Novas com urgências básicas, dotadas de viaturas de suporte imediato de vida e ambulâncias pré-hospitalares. A partir de fevereiro, Torres Novas fecha o bloco operatório (passando 80 por cento das cirurgias programadas para Tomar) e concentra a Pediatria, Tomar concentra a Otorrinolaringologia e Abrantes a Ortopedia, reabrindo o bloco Operatório da Maternidade. As medidas foram justificadas pelo presidente do CA do CHMT, Joaquim Esperancinha, como sendo "fundamentais" para controlar o défice acumulado de 160 milhões de euros, num prazo de três anos. Em declarações à Agência Lusa, Manuel Soares disse que, das reuniões e da participação dos cidadãos, saiu a decisão de não aceitação do plano de reorganização, por "dificultar o acesso a cuidados de saúde, não ter em conta a participação da comunidade, por ausência de coordenação com cuidados primários e continuados e por não quantificar nem justificar os resultados esperados". Segundo aquele responsável, os utentes defendem que as urgências sejam adaptadas às necessidades em cada unidade hospitalar, que a Pediatria e Medicina Interna sejam três valências comuns às três unidades e que se desenvolvam e criem novas valências. "Se não houver mais médicos de família e enfermeiros, mais cuidados de proximidade com funcionamento de Extensões de Saúde e Unidades Móveis, não se conseguirá resolver o problema das urgências ‘não agudas’, no CHMT", afirmou. Segundo acrescentou, na próxima semana, a Comissão de Utentes vai entregar ao CA do CHMT uma proposta formal com medidas que devem ser tomadas em todos os níveis de prestação de cuidados de saúde na região e que, no seu entender, poderá ser uma base de trabalho para se encontrar o melhor caminho para a utilização eficaz dos meios existentes. Em breve, prometeu, serão também divulgadas as iniciativas que reforçarão o movimento de opinião e reivindicativo da população do Médio Tejo em torno da exigência de justiça social em matéria de acesso a cuidados de saúde de proximidade e de qualidade.
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