terça-feira, 5 de julho de 2011

Ambiente

“Movimento pelo Tejo” denuncia caudal muito reduzido junto ao Castelo de Almourol
O Movimento pelo Tejo denunciou hoje que o rio se apresentou com um caudal muito reduzido na segunda-feira, junto ao castelo de Almourol, adiantando que vai pedir ao Governo que garanta “uma adequada repartição da água disponível” na bacia.
Segundo um comunicado do movimento cívico, também denominado protejo, a redução de caudal do rio nesta zona já tem acontecido noutros anos e é uma situação que, segundo os responsáveis, “destrói a paisagem natural e as infraestruturas de apoio às actividades fluviais e coloca em causa a conservação dos ecossistemas aquáticos”.
“Ano após ano verifica-se uma maior diminuição do caudal do rio Tejo nos meses de Julho a Setembro”, refere o movimento, acrescentando que o cenário se continua a verificar mesmo apesar dos anos de 2010 e de 2011 terem sido “fartos em água no inverno e terem permitido um armazenamento de água na bacia do Tejo em Espanha muito superior ao registado na última década”.
O movimento classifica a situação como “inaceitável e indecorosa” e diz não aceitar que as entidades responsáveis se justifiquem com o apelo “às excepções de indicadores de seca ou de precipitação incluídas na Convenção de Albufeira”.
“O armazenamento de água em Espanha encontra-se a 79 por cento da sua capacidade total, sendo na bacia do Tejo de 71 por cento, estando respectivamente a 10 por cento e a 42 por cento acima do volume de armazenamento médio dos últimos 10 anos”, acrescenta o protejo, tendo por base informações recolhidas junto das barragens espanholas.
O movimento lamenta a ausência em Portugal de um sistema de medição automática online dos caudais em tempo real e refere que o “Tejo está assim entregue à exploração económica das actividades agrícolas e hidroeléctricas que não se preocupam com a conservação do ambiente, a vivência social e cultural do rio, mas sim unicamente com a maximização do lucro”.
Com base nestes argumentos e nos dados agora revelados, o movimento vai também pedir que assegure informação em tempo real e online sobre o volume de circulação de caudais ambientais semanais e trimestrais e que “defenda uma definição de caudais ambientais integrados nos planos de gestão da região hidrográfica do Tejo ao longo de toda a sua bacia em Portugal e Espanha”.
*Lusa
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