quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Saúde

Cerca de meio milhar de pessoas reunidas em Benavente iniciam abaixo-assinado para exigir acesso a consultas de especialidade na Misericórdia local
As cerca de 500 pessoas reunidas esta terça-feira à noite no cine teatro de Benavente foram as primeiras a subscrever um abaixo-assinado que exige o acesso às consultas de especialidade, exames e tratamentos na Misericórdia local.
Domingos David, porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde de Benavente, disse à Agência Lusa que o objectivo é reunir nos próximos dias o máximo de assinaturas, para que o documento seja entregue ainda este mês, em moldes a definir, mas possivelmente com a presença da população, ao presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Portugal.
“Este é um problema muito urgente, tão urgente que enchemos o cine teatro num mês de férias, [com] gente que veio de todas as freguesias do concelho”, disse, salientando que a reunião contou ainda com as presenças do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente (SCMB), de vereadores e presidentes de juntas de freguesia.
A população de Benavente contesta o facto de estar impedida, desde o dia 01 de Julho, de usufruir das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde no recurso às consultas da especialidade, exames e tratamentos na SCMB, ao contrário dos utentes dos concelhos vizinhos.
Em causa estará um procedimento administrativo que obriga os médicos de família a encaminharem os utentes do concelho de Benavente para o hospital de Vila Franca de Xira ou hospitais de Lisboa, apesar de existir um protocolo assinado em Março entre a ARS-LVT e a Misericórdia, que substituiu o que cessou a 30 de Junho, disse.
“Não vamos parar enquanto este protocolo não for respeitado”, afirmou, considerando uma “aberração” que a população que ajudou a construir o hospital da Misericórdia seja agora impedida de o poder usar.
Domingos David referiu ainda o acréscimo de custos que esta medida representa, não só para os utentes que têm de se deslocar, como para o próprio SNS.
“É irracional, além da ilegalidade que é o incumprimento do protocolo”, afirmou.
A comissão de utentes vai avançar com uma queixa junto do Provedor de Justiça e enviar um ofício a denunciar a situação ao Presidente da República e ao presidente da comissão parlamentar de Saúde, para que usem a sua “magistratura de influência”, adiantou.
Quinta-feira, a comissão de utentes será recebida pelos grupos parlamentares do PSD e do Partido Ecologista os Verdes, tendo os deputados António Filipe, do PCP, e João Semedo, do Bloco de Esquerda, entregue já no Parlamento requerimentos ao ministro da Saúde, disse.
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