quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Arqueologia

Tomar: Descoberto um troço de alambor do século XII
O presidente da Câmara de Tomar anunciou hoje à Lusa ter sido descoberto na envolvente ao Convento de Cristo um troço do alambor datado do século XII, que circunda o castelo templário.
O anúncio de Corvelo de Sousa à Lusa aconteceu menos de 24 horas após dois blogues de defesa do património de Tomar que davam como certa a destruição de uma parte substancial do alambor em resultado de obras que estão a cargo da autarquia.
Este alambor, uma rampa muito inclinada construída junto à base da muralha para dificultar o assalto, é tido como o primeiro e maior existente em Portugal.
O Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) confirmou à Lusa que “foram encontrados vestígios do alambor nordeste”.
Segundo o Departamento de Salvaguarda do IGESPAR “foram de imediato dadas instruções à Câmara de Tomar no sentido de se preservar e valorizar esses vestígios”.
O autarca confirma que o achado foi feito após “uma movimentação de terras”, que os técnicos que acompanham a obra “constataram de imediato isso” e que “se adaptou desde logo o desenho da obra”.
Uma das intervenções que está a decorrer sob a responsabilidade do município passa precisamente pela criação de um muro de suporte, inserido no reordenamento da envolvente norte do Convento de Cristo e que o IGESPAR garante estar a acompanhar.
A primeira denúncia, documentada por fotografias tiradas por António Francisco Rebelo, um professor aposentado, mostra escavações feitas por máquinas no local e imagens da pedra depositada nas traseiras do Convento de Cristo.
A autora de um outro blogue centrado sobre o património tomarense, Margarida Pardal, já escreveu ao município, garantindo que iam seguir queixas para diversas entidades, tais como a UNESCO e o IGESPAR.
O IGESPAR, entretanto, já assegurou à Lusa que “as obras têm decorrido normalmente”.
Já o presidente da Câmara de Tomar assegura que “não há problema nenhum”, sublinhando que estamos perante “uma descoberta interessante” que “vai ficar à mostra de todos”, acrescentando que as “pedras não foram mexidas e vão ficar protegidas”.
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